Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
Brasil
04/04/2014 09:00:00
Ativista diz estar "feliz" com revisão do Ipea, mas afirma querer estupro zero
De acordo com o instituto, o percentual correto é 26%.

G1/AB

Imprimir
A jornalista\n Nana Queiroz, de Brasília, que iniciou o protesto "Eu não mereço ser\n estuprada", disse nesta sexta (4) estar "feliz" porque o\n Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) errou os números da pesquisa\n segundo a qual 65,1% dos brasileiros concordam inteiramente ou parcialmente com\n a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser\n atacadas". De acordo com o instituto, o percentual correto é 26%.
\n “Estamos muito felizes que eles tenham errado, mas 26% ainda é muito alto. E\n isso só mostra o quanto é necessário manter o movimento, e vamos continuar\n trabalhando até que este número seja de 0%”, afirma Nana.\n \n O protesto se espalhou pelas redes\n sociais, com fotos de homens e mulheres reproduzindo a frase em fotos pessoais.\n Pelo Twitter, ela disse que foi ameaçada de estupro devido à repercussão da\n campanha e recebeu a solidariedade de Dilma.\n \n Intitulada “Tolerância social à violência\n contra as mulheres”, teve ampla repercussão. A presidente Dilma Rousseff chegou\n a comentar por meio do microblog Twitter. Com base nos dados da pesquisa, ela\n disse que o país tem "muito o que avançar no combate à violência contra a\n mulher".\n \n O diretor de Estudos e Políticas Sociais\n do Ipea, Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração assim que o erro foi\n constatado, informou o instituto.\n \n Segundo o Ipea, a pesquisa ouviu 3.810\n pessoas entre maio e junho do ano passado em 212 cidades. Do total de\n entrevistados, 66,5% são mulheres.\n \n “Tudo continua igual. A gente continua\n tendo o mesmo objetivo. A vítima não tem culpa. A gente vai mudar a cabeça\n desses 26%.”\n \n Em nota divulgada nesta sexta, o\n instituto pede desculpas e informa que "o erro relevante" foi\n motivado por troca de gráficos que inverteu resultados de duas das questões –\n "Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar" e\n "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas".\n \n "Com a inversão de resultados entre\n as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados\n extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor\n inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas\n manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias", diz o\n texto da nota.\n \n Apesar do erro, a nota do Ipea afirma que\n as conclusões gerais da pesquisa "continuam válidas". "Pedimos\n desculpas novamente pelos transtornos causados e registramos nossa\n solidariedade a todos os que se sensibilizaram contra a violência e o\n preconceito e em defesa da liberdade e da segurança das mulheres", afirmou\n o instituto.
\n \n \n
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias