Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
Brasil
22/11/2013 09:00:00
Brasil cogita enviar oferta à União Europeia apenas com Uruguai e Paraguai
O clima pesou e os argentinos sequer ficaram até o final do encontro em Caracas.

Folha/AB

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\n O governo brasileiro já tomou a decisão de que, caso nada mude nas \n próximas semanas, enviará uma oferta aos europeus para a criação de área\n de livre comércio apenas com o Uruguai e Paraguai. O modelo já vem, \n inclusive, sendo chamado de "Mercosul de três".\n \n \n \n O prazo estabelecido para a troca de ofertas para a redução de tarifas \n de importação entre os dois blocos é dezembro e há um esforço mútuo para\n que isso aconteça antes do dia 25 do próximo mês.\n \n \n \n Ainda se estuda uma saída política para acomodar a Argentina na rodada \n de negociações, mas sua participação --e a forma como ela pode se dar-- \n segue incerta.\n \n \n \n O país vizinho finalmente apresentou sua proposta em reunião com \n representantes do Mercosul na sexta-feira (15) da semana passada em \n Caracas.\n \n \n \n Apesar de o movimento ter sido visto com bons olhos --havia dúvidas se a\n Argentina chegaria a apresentar alguma lista--, a proposta não agradou \n em nada a delegação brasileira.\n \n \n \n A avaliação é que, além de incompleta, a oferta da Argentina para os \n produtos que teriam a tarifa zerada é muito baixa, o que pode \n comprometer todo o acordo no momento da consolidação das propostas.\n \n \n \n O clima pesou e os argentinos sequer ficaram até o final do encontro em Caracas.\n \n \n \n Na atual etapa de negociação, cada país formula uma lista com os itens \n que entrariam no tratado de livre comércio e os prazos para as tarifas \n de importação serem zeradas.\n \n \n \n A ideia de um acordo é justamente derrubar as barreiras para o comércio \n exterior entre os dois blocos, reduzindo os custos de importação e \n exportação para estimular as trocas.\n \n \n \n A lista preparada pelo Brasil compreende cerca de 85% do comércio \n bilateral entre o bloco. O objetivo é tentar chegar perto dos 90% \n pedidos pelos europeus, mas, para isso, é preciso que todos os países \n partam de uma proposta base ambiciosa.\n \n \n \n O governo irá trabalhar na união das listas, mas já antevê que, do jeito\n que a proposta argentina foi colocada até o momento, uma oferta com os \n quatro países é inviável para entrar em vigor no mesmo momento.\n \n \n \n A Venezuela, que ainda se adequa às regras do Mercosul, já havia \n sinalizado há meses que não teria condições de participar da rodada, \n conforme antecipou a Folha.\n \n \n \n O governo brasileiro ainda busca uma forma de colocar a Argentina na \n troca de ofertas. A ideia seria fazer uma proposta conjunta de Brasil, \n Uruguai e Paraguai, incluindo uma à parte da Argentina.\n \n \n \n O Brasil sabe que dificilmente a disposição do país vizinho mudará de \n forma significativa num prazo tão curto, especialmente num momento de \n ajustes em sua equipe econômica.\n \n \n \n Esta semana, a presidente Cristina Kirchner anunciou a renúncia do \n secretário de Comércio Interior, Guilherme Moreno, e a nomeação de Axel \n Kicillof como novo ministro da Economia.\n \n \n \n Kicillof, que se torna o homem forte da economia argentina, prega a \n intervenção do Estado na economia e chegou a chamar de "palhaço" quem se\n opôs à estatização da petroleira YPF em 2012.\n
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