Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Brasil
03/09/2017 08:29:00
Delcídio diz que mentir seria insensato e que tem provas concretas
Ministério Público Federal quer anular acordo de ex-senador com a Justiça

CGNews/PCS

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O ex-senador Delcídio Amaral afirma que está muito tranquilo, que mentir na delação premiada seria insensatez e que tem provas concretas. As declarações foram dadas à revista Veja após o MPF (Ministério Público Federal) pedir à Justiça Federal a suspensão dos benefícios concedidos com base na delação premiada do ex-parlamentar.

Para o procurador Ivan Cláudio Marx, não há provas de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o banqueiro André Esteves participaram dos supostos crimes imputados pelo ex-senador nos depoimentos de delação. O MPF pede a absolvição de ambos por obstrução à operação Lava Jato.

O procurador afirmou ainda que Delcídio mentiu em seus depoimentos e que os fatos citados por ele levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas.

“Isso é um acordo de colaboração. [Mentir] seria uma coisa insensata, porque foi algo que eu vivenciei”, afirma Delcídio. O acordo foi homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, em caso de anulação, ele pode ter que cumprir pena por obstrução de Justiça e responder por falsa imputação de crime.

“É o juiz que vai julgar. Essa é mais uma etapa do processo. Volto a repetir, temos segurança sobre tudo o que fizemos. Não discutirei hipóteses, até porque temos provas concretas e muito bem estruturadas. Os advogados estão trabalhando em cima disso. Ponto. Eu não tenho que responder mais nada”, diz Delcídio. O Campo Grande News não conseguiu contato com o ex-senador.

Chefe

De acordo com o Ministério Público, o ex-senador escondeu a origem dos recursos que teriam sido providenciados supostamente para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.

“No entanto, atribuiu falsamente a Lula a ordem para a prática do crime, e falsamente à família Bumlai [ligada a Lula] o pagamento da quarta e quinta entregas de valores para comprar o silêncio de Cerveró. Assim agindo, escondeu do Ministério Público Federal sua real função de chefe no esquema referido, angariando benefícios que não receberia se a verdade prevalecesse”.

Prisão

Em novembro de 2015, Delcídio foi preso após ser gravado em seu gabinete por Bernardo Cerveró, filho de Nestor. No áudio, ele sugere um plano de fuga para o ex-diretor, em troca de silêncio.

O então senador, que na época era líder do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado, oferece R$ 50 mil em ajuda à família de Cerveró. A prisão foi por tentativa de obstruir a operação Lava Jato. Em seguida, teve o mandato cassado e também fez delação premiada.

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