Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
Brasil
03/04/2014 06:29:41
Polícia Federal abre novo inquérito para apurar irregularidades da Petrobras na Argentina
A polícia vai apurar se houve o crime de evasão de divisas na venda da refinaria de San Lorenzo para o grupo argentino Oil Combustibles S.A., do megaempresário Cristóbal Lopez, amigo da presidente Cristina Kirchner.

Da redação/PCS

Imprimir
\n A Polícia Federal decidiu abrir o\n terceiro inquérito sobre a Petrobras, dessa vez para investigar a venda de uma\n refinaria na Argentina, colocando sob suspeita mais um negócio da estatal. A polícia vai apurar se houve o\n crime de evasão de divisas na venda da refinaria de San Lorenzo para o grupo\n argentino Oil Combustibles S.A., do megaempresário Cristóbal Lopez, amigo da\n presidente Cristina Kirchner.\n \n \n \n
\n \n Neste ano, a PF já abriu\n inquéritos para investigar outros dois negócios da estatal fora do país. Um\n deles é a compra de uma refinaria em Pasadena (EUA), que pode ter provocado\n prejuízo milionário à Petrobras. O outro apura suspeita de pagamento de propina\n por uma fornecedora holandesa da estatal.\n \n
\n \n A Petrobras está no centro de uma\n crise política desde o mês passado, quando a presidente Dilma Rousseff admitiu\n ter autorizado a compra de Pasadena, em 2006, com base num documento\n "tecnicamente falho", o que levou o Congresso a discutir a abertura\n de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar o caso.\n \n
\n \n PREJUÍZO\n \n
\n \n Além da PF, o TCU (Tribunal de\n Contas da União) e o Ministério Público investigam a compra dessa refinaria. No caso da refinaria de San\n Lorenzo, além de apurar a suspeita de evasão de divisas, a PF pretende se\n debruçar sobre os termos da negociação, que também pode ter provocado prejuízo\n à estatal. O negócio todo, que incluiu a\n refinaria, os estoques, postos de gasolina e outros produtos, foi aprovado por\n um total de US$ 110 milhões, de acordo com nota da Petrobras de maio de 2010.\n \n \n \n
\n \n Segundo a Folha apurou, o grupo\n argentino estava disposto a pagar, em outubro de 2009, até US$ 50 milhões\n apenas pelos ativos da refinaria (sem levar em conta estoques e outros\n produtos), localizada na província de Santa Fé. Sete meses depois, a Petrobras\n anunciou ter vendido os ativos da San Lorenzo por US$ 36 milhões, valor 28%\n menor que o teto estabelecido internamente pelos argentinos. Procurada, a\n estatal não quis comentar o caso.\n \n \n \n
\n \n Os investigadores também\n pretendem refazer o caminho do dinheiro pago à Petrobras, identificando quem\n são os representantes da estatal e do grupo argentino, bem como os\n intermediários que participaram da negociação. O ponto de partida da PF deve ser\n o contrato firmado entre um intermediário do grupo argentino e um escritório de\n advocacia brasileiro, representado pelo baiano Sérgio Tourinho Dantas. A participação do escritório\n brasileiro na primeira fase do negócio com a Petrobras foi revelada pela\n revista "Época" no ano passado.\n \n \n \n
\n \n REPASSES\n \n
\n \n A missão do advogado era\n convencer a estatal a fechar o negócio pelo menor preço. Pelo contrato, se a\n Petrobras topasse vender os ativos por até US$ 45 milhões, o escritório\n receberia US$ 10 milhões como "taxa de sucesso". Se chegasse a US$ 50\n milhões, o prêmio seria de US$ 8 milhões.\n \n
\n \n A assessoria do escritório\n brasileiro informou à reportagem que o contrato com os argentinos foi\n rescindido meses antes da venda da refinaria, quando o cliente informou que\n parte do dinheiro pago pelo serviço prestado teria que ser repassado também a\n "terceiros". Não informou, contudo, quem receberia esses valores. A\n Folha não conseguiu falar com Sérgio Tourinho sobre o contrato.

(Folha de São Paulo)
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias