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A infestação de uma espécie de besouro que causa queimaduras virou motivo de preocupação entre moradores da cidade de Corumbá. O inseto, cientificamente chamado de Neoaulacoryssus speciosus, tem aparecido em grande quantidade pela cidade.
Apesar de pequenos, esses besouros podem provocar ferimentos sérios. Kemily, de 8 anos, teve queimaduras na pele após contato com o inseto. A mãe contou que acordou assustada com os gritos da filha.
“Ela estava dormindo, por volta da meia-noite. Acordou chorando e gritando de dor. Foi quando vimos que um besouro havia queimado ela”, relatou Joyce dos Santos.
Segundo especialistas, os insetos se espalharam por várias regiões da cidade. O clima quente e úmido favorece a proliferação.
O professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Fabiano Abreu, afirma que fatores ambientais podem ajudar a explicar o aumento dos casos na cidade.
“Diante do atual cenário de mudanças climáticas, é interessante investigar se o aumento da infestação desses besouros em áreas urbanas está relacionado a desequilíbrios ambientais. Entre os fatores que podem contribuir para esse fenômeno estão o desmatamento de áreas naturais, a redução de predadores responsáveis pelo controle biológico desses insetos e a expansão de monoculturas agrícolas nas regiões próximas às cidades.”
Os besouros medem de 1 a 2 centímetros e passam a fase larval no solo de matas nativas. Quando chegam à fase adulta, emergem em períodos mais quentes e chuvosos para se reproduzir e podem se alimentar de sementes e pequenos insetos.
Durante o dia, preferem locais escuros e úmidos. "À noite, são atraídos pela luz artificial, o que explica a presença deles nas áreas urbanas. Como forma de defesa, liberam substâncias químicas entre elas o ácido fórmico que podem causar irritações e queimaduras leves ao entrar em contato com a pele de pessoas e animais."
Queimaduras
As queimaduras ocorrem quando o inseto libera o ácido fórmico ao se sentir ameaçado. As lesões podem ser de primeiro ou segundo grau. Nesses casos, o indicado é procurar atendimento médico. A médica da família Silvia orienta sobre os cuidados necessários.
“A primeira recomendação é lavar bem a área afetada com água e sabão. Isso ajuda a reduzir os efeitos do ácido liberado pelo besouro”, explicou. Ela também recomenda medidas de proteção em casa, como instalar telas e vedar portas e janelas para evitar a entrada de besouros e outros insetos peçonhentos.
A mãe de Kemily afirma que redobrou a atenção. “Principalmente nos locais onde as crianças dormem e brincam, a gente sempre fica de olho”, disse.