NM/PCS
ImprimirHoras depois de ser alvo de sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes compareceu à Neo Química Arena, em São Paulo, na noite desta quarta-feira (30), para assistir à partida entre Corinthians e Palmeiras pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
Acompanhado da esposa, Moraes foi flagrado por torcedores na arquibancada acenando ao público. Fotos nas redes sociais mostram que o magistrado também teria feito um gesto obsceno com o dedo médio, em resposta a parte da torcida.
Na chegada ao estádio, ao ser filmado, limitou-se a dizer: “Vai, Corinthians”.
Sanção sob Lei Magnitsky
Nesta quarta-feira, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra Alexandre de Moraes, com base na Lei Global Magnitsky, legislação voltada ao combate de violações graves de direitos humanos e corrupção. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, acusou o ministro de atuar como “juiz e júri” em uma “caça às bruxas ilegal” contra cidadãos e empresas brasileiras e americanas.
O secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, também se pronunciou, alegando haver “graves abusos de direitos humanos” por parte do magistrado.
As sanções ocorrem no mesmo dia em que o ex-presidente Donald Trump assinou um decreto impondo tarifas extras de 50% sobre produtos brasileiros, citando ameaças institucionais vindas do atual governo.
STF sai em defesa de Moraes
Em nota oficial divulgada à noite, o Supremo Tribunal Federal manifestou apoio ao ministro. A corte afirmou que o julgamento de crimes que atentam contra a democracia brasileira é de competência exclusiva da Justiça brasileira e que continuará cumprindo seu papel com independência.
O ministro Gilmar Mendes também se manifestou nas redes sociais, prestando “integral apoio” ao colega. “O ministro Alexandre tem prestado serviço fundamental para a preservação da nossa democracia. A independência do Poder Judiciário brasileiro é um valor inegociável”, escreveu.
Já o ministro Flávio Dino, também do STF, reforçou que Moraes atua de forma “honesta e dedicada, conforme a Constituição”. Ele lembrou que as decisões do ministro passam pelo crivo do colegiado da corte.