Sexta-Feira, 8 de Agosto de 2025
Economia
25/04/2019 10:09:00
Dólar passa a cair, após bater R$ 4 na abertura, em dia de instalação da comissão especial da Previdência

G1/LD

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O dólar passou a operar em queda nesta quinta-feira (25), após bater R$ 4 logo na abertura, à espera do andamento da reforma da Previdência no Congresso.

Às 10h50, a moeda norte-americana caía 0,26%, a R$ 3,9758. Veja mais cotações.

O mercado repercute a ausência de novas notícias após a aprovação da admissibilidade da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Agentes financeiros se posicionam defensivamente com a expectativa de que o governo agora terá dificuldade para passar a reforma na comissão especial e de que o texto poderá ser diluído.

Apesar de a reforma ter avançado na CCJ, essa primeira vitória do governo já foi incorporada no mercado, e agora os investidores esperam novos esforços nas próximas etapas, nas quais as dificuldades deverão ser maiores para passar o projeto.

A comissão especial terá prazo de 40 sessões, a partir de sua constituição, para proferir parecer, sendo que a apresentação de emendas à proposta tem de ser feita nas 10 primeiras sessões.

Agentes financeiros veem com bons olhos a atuação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que desponta novamente como principal fiador da proposta e que tende a desempenhar papel decisivo na discussão do mérito da PEC na comissão especial.

"Maia deu vários recados positivos na quarta-feira. O mercado gosta de saber que tem alguém que chamou para si a responsabilidade de algo tão grande como a reforma da Previdência", explicou à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.

Maia anunciou que o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) vai presidir a comissão especial que será instalada no final da manhã desta quinta para analisar a proposta de reforma da Previdência. Maia também informou que o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) vai ser o relator do texto. Maia está se colocando como intermediário nas negociações entre o governo e o centrão.

O mercado reage ainda com cautela aos números da economia, como a divulgação de fechamento de 43 mil empregos na quarta, o que pode abalar a força política do governo, necessária neste momento para aprovar a reforma.

Cenário externo

No exterior, a divisa norte-americana ganha força em meio a uma busca global por proteção. O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia cerca de 0,1% e operava acima de uma máxima de 23 meses.

"Se a gente pudesse resumir em uma palavra o cenário externo é expectativa. Com guerra comercial, Brexit, com o que pode sair na cúpula entre Putin e Kim Jong Un, com a expectativa de como vai ser Trump e o processo de impeachment", avaliou Laatus.

Alta na véspera

No dia anterior, a moeda dos Estados Unidos subiu 1,66%, vendida a R$ 3,9862. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,9932. A última vez que o dólar fechou acima deste patamar foi em 1º de outubro do ano passado, negociado a R$ 4,01 – a uma semana do 1º turno das eleições presidenciais.

Na semana, a moeda acumula alta de 1,49%. No mês de abril, sobe 1,82% e, no ano, 2,89%.

Atuação do BC

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de US$ 5,343 bilhões.

O BC também informou que começará em 2 de maio a rolagem integral dos 201.785 contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de julho de 2019.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou nesta quinta-feira (25) que é dever da instituição entender o ambiente econômico em que o país está inserido e, quando necessária, buscar uma "forma mais eficiente de intervenção" no mercado de câmbio.

"É importante registrar que não temos qualquer preconceito em relação a utilização de qualquer instrumento, quando e se as condições para tal estiverem presentes", declarou ele, durante a abertura do 4º Compliance and Business Day Abracam (Associação Brasileira de Câmbio), em São Paulo. Seu discurso foi divulgado pela assessoria de imprensa do BC.

Porém, de acordo com Bruno Serra, a instituição atua no mercado local de câmbio somente "caso identifique alguma anomalia em seu regular funcionamento".

"Há duas décadas o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante, por meio do qual o BC não persegue nível ou tendência específicos para a taxa de câmbio. Esse regime corresponde à primeira linha de defesa contra choques externos", declarou ele.

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