Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
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05/03/2013 09:00:00
"Será um depoimento bombástico", diz defesa sobre Bruno em júri
O advogado Tiago Lenoir disse nesta terça-feira (5) que Bruno Fernandes contará toda a verdade envolvendo o desaparecimento e a morte da ex-amante do jogador Eliza Samudio.

G1/LD

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\n \n O\n advogado Tiago Lenoir disse nesta terça-feira (5) que Bruno Fernandes contará\n toda a verdade envolvendo o desaparecimento e a morte da ex-amante do jogador Eliza\n Samudio. “Será um depoimento bombástico”, disse sobre o momento em que goleiro falará\n ao júri. “Ele vai dizer o que teria ouvido e o que teria visto. Ele sabe de\n muita coisa. Ele é o Bruno. Ele é, em tese, o patrão. Ele é, em tese, quem\n tinha o dinheiro. Era ele quem sustentava aquele povo todo, então dizer que ele\n não sabia de nada seria ingenuidade”, afirmou.\n \n Sobre\n a possibilidade de Bruno confessar ter mandado matar a modelo, Lenoir disse não\n ser uma orientação da defesa: “Se ele confessar será uma surpresa para nós”. O\n advogado também contou sobre a relação do jogador com os outros réus, os quais\n ele sustentava, de acordo com Lenoir. “Ele foi goleiro da nação rubro-negra, do\n Atlético-MG. O Bruno tem que ser goleiro dele mesmo. Ele foi goleiro de pelo\n menos nove famílias”, disse.\n \n Em\n relação ao depoimento de Luiz Henrique Romão – o Macarrão -, em novembro de\n 2012, no qual o réu informou ter levado de carro a ex-amante do jogador até\n local indicado pelo goleiro, Lenoir disse que à época Bruno esperava a verdade\n do amigo. “Ele está muito chateado porque acreditava que o Macarrão também diria\n o que sabe, mas não falou”, contou nesta terça (5).\n \n Na\n época, Macarrão também disse à juíza que não sabia o que iria acontecer com\n Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta. Macarrão afirmou\n ainda que alertou Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu\n para ele deixar "de ser bundão".
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\n Durante a manhã desta segunda-feira (4), Bruno chorou e leu passagens da Bíblia\n enquanto estava na sala do júri. Lúcio Adolfo, advogado do goleiro, comentou\n sobre o momento em que o goleiro se emocionou: “Ontem eu quis abrir espaço para\n ele ser fotografado e criar um ambiente de simpatia. Queria ver quem não iria\n chorar diante de uma exposição como a que ele está sofrendo”.\n \n Nesta\n segunda, o assistente de acusação, José Arteiro, disse ao G1 que havia a possibilidade de um acordo caso Bruno\n confesse o crime, o que foi negado na chegada para o segundo dia de júri. “Se\n ele confessar, estou perfeitamente disposto a ajudá-lo a cumprir uma pena\n menor. Mas, se ele quiser insistir na tese de empurrar toda a culpa para o\n Macarrão, ai eu vou lutar para ele ficar mais de 40 anos naquele presídio Nelson\n Hungria e sem direito a frigobar e nem whisky na cela”, disse José Arteiro.\n Porém, nesta terça-feira (5), disse não estar interessado se o goleiro vai\n admitir ou não ser o mandante do crime contra a ex-amante Eliza Samudio. “Não\n estou interessado na confissão dele, essa confissão para mim pouco importa. as\n provas do processo são muito boas e ele vai dançar”, disse.
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\n Os advogados de Bruno afirmam que não haverá acordo para a confissão de Bruno\n Fernandes. “Não existe acordo. Aquela imoralidade, indecência que aconteceu com\n o Macarrão é absolutamente irregular. Aquilo é ilegal, não existe no direito\n brasileiro”, disse Lúcio Adolfo.nbsp; Outro advogado do atleta, Tiago Lenoir,\n falou que a confissão de Bruno não é estratégia da defesa. "Se o Bruno\n quiser confessar, será ele confessando e não a defesa instruindo que ele\n confesse, até porque o trabalho da defesa é trabalhar com as provas dos autos.\n Não precisa de acordo para fazer isso. A defesa está agindo pela ausência de\n culpa por parte do Bruno", disse.
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\n Bruno é acusado de planejar a morte da ex-amante Eliza Samudio, em crime\n ocorrido em 2010. Ele responde pela morte e ocultação de cadáver da modelo de\n 25 anos e pelo sequestro e cárcere privado do filho que teve com a jovem. O\n julgamento da ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, também começou na manhã\n desta segunda-feira. Ela responde por sequestro e cárcere privado do filho de\n Eliza.\n \n Segundo dia
\n O goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza chegou ao Fórum de Contagem por\n volta das 8h20 desta terça-feira (5) para o segundo dia do júri do caso Eliza\n Samudio. Ele deixou a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região\n Metropolitana de Belo Horizonte, sob forte esquema de segurança. O comboio\n escoltado também levou o detento Jaílson de Oliveira, que deve depor como\n testemunha.\n \n O\n segundo dia de julgamento de Bruno e de Dayanne Rodrigues, ex-mulher do\n jogador, foi retomado por volta das 9h20 desta terça-feira (5), com o\n depoimento de testemunhas. Dependendo da duração desta fase, é possível que o\n interrogatório do goleiro ocorra ainda hoje. Bruno responde pela morte e\n ocultação de cadáver de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do\n filho que teve com a jovem. Dayanne responde pelo crime de sequestro e cárcere\n privado da criança.\n \n De\n acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, devem ser ouvidos pela\n acusação Jaílson de Oliveira, detento que denunciou ter ouvido uma confissão de\n Bola; e João Batista Guimarães, que acompanhou o depoimento do motorista\n Cleiton Gonçalves no inquérito. Outra testemunha da Promotoria, Renata Garcia,\n advogada que acompanhou o depoimento do então menor Jorge, que delatou Bruno à\n polícia, foi ouvida por carta precatória (à distância) e seu depoimento será\n lido no plenário.\n \n Pela\n defesa, será ouvida Célia Aparecida Rosa Sales, irmã do réu assassinado Sérgio\n Rosa Sales, como testemunha de Dayanne. Ela também havia sido arrolada pela\n defesa de Bruno, mas foi dispensada.\n \n Primeiro dia de júri: choro e Bíblia
\n No primeiro dia do júri popular do goleiro Bruno e de Dayanne Rodrigues, o\n atleta chorou, leu a Bíblia e, de cabeça baixa durante as quase oito horas de\n sessão, viu sua defesa dispensar todas as testemunhas que havia arrolado.\n \n O\n corpo de jurados composto por cinco mulheres e dois homens também foi escolhido\n nesta segunda (4).\n \n Testemunhas dispensadas e ausentes
\n Após o sorteio do júri, os advogados decidiram dispensar sete das 15\n testemunhas (5 de acusação e 10 de defesa) inicialmente arroladas. A dispensa\n deve acelerar o julgamento, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais\n (TJ-MG), de cinco para três dias.\n \n Considerado\n testemunha-chave no júri, o primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, não compareceu e\n também foi dispensado.\n \n Com\n as dispensas e as ausências, Bruno ficou sem nenhuma testemunha de defesa. Para\n especialistas, trata-se de uma estratégia.\n \n A\n expectativa é que quatro testemunhas sejam ouvidas no Fórum de Contagem durante\n o restante do julgamento. A outra foi ouvida por carta precatória, utilizada\n para depoimentos à distância.\n \n Menor dizia a verdade, diz delegada
\n A única testemunha ouvida nesta segunda foi a delegada Ana Maria Santos, que\n atuou na investigação da morte de Eliza Samudio. Testemunhanbsp; arrolada pela\n Promotoria, ela disse à juíza Marixa Fabiane que a polícia ouviu todos os envolvidos\n que foram encontrados no sítio de Bruno em Esmeraldas (MG), onde Eliza teria\n sido mantida em cativeiro, e que o menor à época, Jorge Luiz Rosa, "dizia\n a verdade" quando acusou Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de ter\n executado a jovem.\n \n Segundo\n a delegada, as investigações levaram até a ex-mulher de Bruno, Dayanne\n Rodrigues, depois que policiais encontraram Bruninho [filho de Eliza com o\n goleiro] graças a denúncias anônimas sobre o espancamento de uma mulher e sua\n morte. Conforme depoimento da delegada, Dayanne deu o bebê para outro acusado,\n Wemerson Marques, o Coxinha.\n \n Ana\n Maria Santos disse que foi até o centro de internação ouvir o então menor primo\n de Bruno sobre a morte de Eliza.
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\n Segundo ela, o menor foi morar com Bruno e, um dia, afirmou ter ouvido uma\n conversa entre Macarrão e Eliza. Segundo a delegada, o menor afirmou que Eliza\n xingava o goleiro, dizia que estava com dificuldades financeiras para criar o\n filho e que o "Bruno estava se achando o Rogério Ceni".\n \n A\n delegada também disse como Jorge Luiz Rosa relatou a morte de Eliza. Ele disse\n que viu Bola esganar Eliza, passando o braço direito sobre seu pescoço. Segundo\n ele, Bola também pediu para Macarrão pegar uma corda, momento em que ele\n começou a "desferir bicudas" em Eliza.\n \n A\n defesa de Bruno, por sua vez, tentou desqualificar as palavras da delegada,\n questionando porque ela estava de férias durante as investigações e se ela\n tinha sido investigada por permitir uma filmagem de Bruno em um avião. A\n delegada disse que jamais foi denunciada.\n \n A\n delegada afirmou ainda que o menor Jorge não citou em seu depoimento os\n policiais Gilson Costa e José Lauriano Assis Filho, o Zezé. Os dois são\n investigados em um procedimento cautelar mais recente. A polícia verificou que\n Zezé e Macarrão trocaram 39 ligações telefônicas nos dias do cárcere e morte de\n Eliza, e foi aberto um inquérito paralelo para investigar ambos.\n \n Depois\n de encerrada a sessão, um dos advogados de Bruno comentou as investigações.\n Para Tiago Lenoir, a suspeita sobre o policial Zezé prova que "a acusação\n não conseguiu ainda buscar a verdade real desse processo". "Passados\n dois anos e oito meses tiveram que pedir quebra de sigilo bancário e\n telefônico", criticou.\n \n Segundo\n a delegada, o menor dizia a verdade sobre o crime. "Tive razões para\n confirmar que ele [Jorge] dizia a verdade quando um parecer exarado por um\n médico legista confirmou que aquela narrativa leiga do jeito que fora feita\n tinha uma fundamentação científica", disse a delegada.
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\n A defesa de Bruno, por sua vez, tentou desqualificar as palavras da delegada,\n questionando porque ela estava de férias durante as investigações e se ela\n tinha sido investigada por permitir uma filmagem de Bruno em um avião. A\n delegada disse que jamais foi denunciada.\n \n A\n delegada afirmou ainda que o menor Jorge não citou em seu depoimento os\n policiais Gilson Costa e José Lauriano Assis Filho, o Zezé. Os dois são\n investigados em um procedimento cautelar mais recente. A polícia verificou que\n Zezé e Macarrão trocaram 39 ligações telefônicas nos dias do cárcere e morte de\n Eliza, e foi aberto um inquérito paralelo para investigar ambos.\n \n Depois\n de encerrada a sessão, um dos advogados de Bruno comentou as investigações.\n Para Tiago Lenoir, a suspeita sobre o policial Zezé prova que "a acusação\n não conseguiu ainda buscar a verdade real desse processo". "Passados\n dois anos e oito meses tiveram que pedir quebra de sigilo bancário e\n telefônico", criticou.
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\n Suposto acordo de\n confissão
\n Antes do júri, a defesa de Bruno negou acordo para que o goleiro faça uma\n confissão, o que diminuiria uma possível pena por assassinato.\n \n A\n hipótese foi levantada pelo advogado José Arteiro, assistente de acusação. Ele\n disse acreditar na possibilidade de um acordo no qual o goleiro Bruno Fernandes\n confesse ter mandado matar a ex-amante. "Todo mundo já sabe que foi ele\n que mandou matar a Eliza. Porque o Macarrão entregou isso no julgamento."\n \n O\n advogado Lúcio Adolfo afirmou que não há provas no processo de que Eliza\n Samudio esteja morta. “Não existe acordo. Aquela imoralidade, indecência que\n aconteceu com o Macarrão é absolutamente irregular. Aquilo é ilegal, não existe\n no direito brasileiro”, disse.\n \n "Procurei\n uma prova da morte da Eliza no processo e não achei. O atestado de óbito é uma\n fraude", disse. Segundo ele, diante da tentativa da acusação de afirmar\n que Eliza desapareceu e morreu, ele vai usar provas para mostrar o contrário.\n Lúcio Adolfo assumiu a defesa do goleiro Bruno no fim do ano passado, quando\n Rui Pimenta foi destituído pelo goleiro, provocando o adiamento de seu próprio\n julgamento.\n \n Ainda\n segundo Adolfo, o júri de Bruno ocorre com dois problemas: o desfalque do\n processo e um inquérito paralelo para investigar novos envolvidos. Segundo o\n defensor, 710 páginas da ação sumiram. "O escrivão disse que as folhas desapareceram\n durante o primeiro julgamento."\n \n Defesa de Bola presente
\n Outro contratempo inicial no julgamento foi a participação paralela de Ércio\n Quaresma, defensor de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Ele obteve liminar\n para inquirir testemunhas do júri, mesmo seu cliente tendo julgamento marcado\n apenas para 22 de abril.\n \n Fernando\n Magalhães, um dos advogados que integra a defesa de Bola, disse que o pedido\n foi feito, pois, do contrário, o seu cliente poderia ser prejudicado.\n "Caso essas testemunhas façam quaisquer referências prejudiciais ao Marcos\n Aparecido, ele ficaria indefeso. Ficaria impossível contrapô-las. Agora sim,\n recuperou-se a ampla defesa", disse.
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\n O crime
\n O goleiro, que na época do crime era titular do Flamengo, é acusado pelo\n Ministério Público de planejar a morte para não precisar reconhecer o filho que\n teve com a modelo nem pagar pensão alimentícia.\n \n Conforme\n a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do\n goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a\n vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que\n a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. Para a Justiça, a\n ex-amante do jogador foi morta em 10 junho de 2010, em Vespasiano, na Região\n Metropolitana de Belo Horizonte. A certidão de óbito foi emitida por\n determinação judicial.\n \n O\n bebê Bruninho, que foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG),\n hoje vive com a avó em Mato Grosso do Sul. Um exame de DNA comprovou a\n paternidade.
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\n Acusados e condenados
\n A Promotoria afirma que, além de Bruno, mais oito pessoas tiveram participação\n nos crimes. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e\n Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, foram condenados em júri\n popular realizado em novembro de 2012.\n \n No\n dia 22 de abril, Bola será julgado. Em 15 de maio, enfrentarão júri Elenílson\n Vitor da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Marques de Souza, amigo de Bruno.\n Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto de 2012. Outro\n suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi absolvido\n (saiba quem são os réus).\n \n Jorge\n Luiz Rosa, outro primo do goleiro, era adolescente à época do crime. Cumpriu\n medida socioeducativa por crimes similares a homicídio e sequestro. Atualmente\n tem 19 anos e é considerado testemunha-chave do caso.\n \n \n \n \n
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