Geral
28/08/2014 09:00:00
"Terrível", diz avó de Bernardo sobre vídeo de briga com pai e madrasta
A avó materna de Bernardo Boldrini, Jussara Uglione, assistiu ao vídeo da briga entre o menino, a madrasta e o pai, o médico Leandro Boldrini.
G1/LD
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A avó materna de Bernardo Boldrini, Jussara Uglione, assistiu ao vídeo da briga entre o menino, a madrasta e o pai, o médico Leandro Boldrini. O áudio de parte do arquivo, ao qual o G1 teve acesso na quarta-feira (28), mostra o menino de 11 anos pedindo socorro e sendo ameaçado por Graciele. Para a avó, o conteúdo significa uma "confissão" da morte de sua filha, Odilaine, em 2010. À época, a Polícia Civil concluiu que ela cometeu suicídio. "Meu advogado me mostrou porque não consigo assistir sozinha, sou cardíaca. Mas posso dizer que é revelador, esclarecedor, terrível", afirmou ao G1. "Tem a briga entre eles e todas aquelas barbaridades. E também uma confissão de que foram eles que mataram minha filha", acrescenta. Jussara se refere ao ponto em que a madrasta teria chamado Odilaine denbsp; "vagabunda" e dito que o garoto teria o mesmo fim da mãe. O G1 não teve acesso a todo o arquivo, mas na parte ouvida e transcrita abaixo, não havia esse trecho. Para o advogado de Jussara, Marlon Adriano Balbon Taborda, o tom é de confissão. "Faz concluir que há uma confissão. Eles deixaram escapar isso. Se o Bernardo foi vítima de homicídio, só não enxerga quem não quer", avalia. Taborda diz ainda que vai usar o material para tentar reabrir o inquérito da morte da mãe de Bernardo. "Vou usar essa confissão de morte da Odilaine e entregar para a Polícia Civil. Antes, durante as investigações do dito homicídio, não se tinha esse material. Quero que as delegadas avaliem para reabrir o inquérito a partir dessas novas provas", declarou. Em julho, a Justiça de Três Passos negou o pedido de desarquivamento do inquérito policial sobre a morte de Odilaine, ocorrida em 2010. A defesa da avó materna pediu a reabertura sustentando terem surgido novas provas indicando que a mulher não teria cometido suicídio, mas sido assassinada. Entretanto, o juiz Marcos Luís Agostini disse que não foi apontada nenhuma nova prova que alterasse o panorama probatório. A avó materna ainda diz que não sabia das reais condições em que o menino vivia dentro de casa. "Jamais imaginei que eles tratassem o Bernardo assim, como o vídeo mostra. Ele nunca reclamou de nada, nunca mesmo. Acho que ele tinha muito medo de contar, tudo por causa dessas ameaças absurdas", afirmou Jussara. O corpo de Bernardo foi achado no dia 14 de abril, enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele morava com a família. Ele estava desaparecido desde 4 de abril. São acusados pelo crime Leandro, Graciele, a amiganbsp; Edelvânia Wirganovicz e seu irmão, Evandro Wirganovicz. Eles estão presos e respondem pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Bernardo pede socorro em vídeo O vídeo foi obtido em uma perícia no telefone celular de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo. O arquivo mostra uma briga entre a família e o garoto. Veja a transcrição (alguns trechos são inaudíveis)
Bernardo: Socorro.
Leandro: Vamos se acalmar. Vai para o teu quarto.
Bernardo: Socorro (...) vai me agredir. Socorro, socorro, socorro.
Graciele: (inaudível) Vai lá pedir socorro, vai lá.
Bernardo: Vão vocês!
Leandro: Quem que começou a bagunça?
Bernardo: Vocês me agrediram, tu me agrediu.
Graciele: E vou agredir mais. A próxima vez que tu abrir a boca para falar de mim, eu vou agredir mais.
Leandro: Xingando ela. Ninguém merece ser xingado, né, rapaz.
Graciele: Eu vou agredir mais, eu não fiz nada em ti.
Bernardo: Fez sim. Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Eu prefiro apodrecer na cadeia a viver nesta casa contigo incomodando. Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: (inaudível) Queria que tu morresse Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz. Vamos ver quem tem mais força. Aí nós vamos ver quem tem mais força.
Bernardo: Quando tu morrer
Graciele: É, vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro
Bernardo: Tu. Tu vai
Graciele: Então tá, se tu tá dizendo. Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores. No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino. O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen. O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração de Edelvania e Evandro.
Bernardo: Socorro.
Leandro: Vamos se acalmar. Vai para o teu quarto.
Bernardo: Socorro (...) vai me agredir. Socorro, socorro, socorro.
Graciele: (inaudível) Vai lá pedir socorro, vai lá.
Bernardo: Vão vocês!
Leandro: Quem que começou a bagunça?
Bernardo: Vocês me agrediram, tu me agrediu.
Graciele: E vou agredir mais. A próxima vez que tu abrir a boca para falar de mim, eu vou agredir mais.
Leandro: Xingando ela. Ninguém merece ser xingado, né, rapaz.
Graciele: Eu vou agredir mais, eu não fiz nada em ti.
Bernardo: Fez sim. Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Eu prefiro apodrecer na cadeia a viver nesta casa contigo incomodando. Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: (inaudível) Queria que tu morresse Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz. Vamos ver quem tem mais força. Aí nós vamos ver quem tem mais força.
Bernardo: Quando tu morrer
Graciele: É, vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro
Bernardo: Tu. Tu vai
Graciele: Então tá, se tu tá dizendo. Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores. No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino. O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen. O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração de Edelvania e Evandro.
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