Quinta-Feira, 19 de Junho de 2025
Geral
15/02/2013 09:26:52
Aulas de canto estimulam disciplina em presídio feminino da Capital
Atualmente, 20 internas participam dos encontros, que acontecem todas as segundas e quartas-feiras, das 14 às 16 horas.

NoticiasMS/LD

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\n \n No Estabelecimento\n Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, na Capital, aulas de canto têm ajudado\n reeducandas a superarem problemas comportamentais, elevarem a autoestima e,\n ainda, acreditarem em uma vida melhor longe dos muros do presídio. Atualmente,\n 20 internas participam dos encontros, que acontecem todas as segundas e\n quartas-feiras, das 14 às 16 horas.
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\n Iniciado em dezembro do ano passado, o projeto é desenvolvido pelo Instituto\n Sóciocultural Curumins e integra o Programa Mais Cultura/Cultura Viva do\n Ministério da Cultura, desenvolvido em Mato Grosso do Sul através da Fundação\n Estadual de Cultura.
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\n “A partir de ações pontuais nós observamos a possibilidade de desenvolvermos\n uma das oficinas do plano de trabalho dentro do presídio feminino. Então\n iniciamos a oficina de Canto Coral”, comenta a instrutora da ação no presídio,\n cantora e arte-educadora Marta Celestina dos Santos, mais conhecida no meio\n artístico como Marta Cel. Os encontros contam também com a participação do\n músico Tom Alves, que atua como voluntário no projeto.
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\n As aulas, segundo a professora de canto, envolvem noções de aquecimento vocal,\n afinação, respiração, harmonia, ritmo, entre outras. Além de soltarem a voz,\n elas também participam de dinâmicas, que estimulam a socialização e a\n coordenação motora. Conforme Marta Cel, são as detentas que escolhem o\n repertório, que vai desde Música Popular Brasileira, Samba, Sertaneja à Gospel.\n \n Mas para a\n instrutora, o coral tem uma função que vai muito além do que ensinar às\n custodiadas a cantarem bonito, serve como uma terapia, que ajuda a melhorar\n também a disciplina delas no presídio, e de estímulo à conscientização para uma\n vida longe do mundo crime. “É um momento de liberdade para a alma, que ajuda a\n nutrir as emoções e energias positivas”, ressalta a arte-educadora.
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\n A reeducanda Jaqueline Alves Espíndola, 30 anos, é uma prova do poder\n transformador da arte. Presa pela oitava vez e com um imenso histórico de\n indisciplinas, ela garante que a oportunidade de participar do coral tem sido\n fundamental para a melhoria do seu comportamento. “Eu tinha uma péssima\n conduta, sempre muito agressiva com as outras presas e até mesmo com a segurança\n [agentes]. A música está ajudando a desenvolver meu psicológico, a me sentir\n fortalecida”, afirma. “Me sinto feliz e acredito em um futuro diferente”.
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\n Com várias passagens por unidades educacionais de internação em sua ficha, a\n interna Kassandra Eva Bezerra, 22 anos, classifica a sua participação nas aulas\n do coral como “momentos de reflexão”. “Penso na vida que estou perdendo lá\n fora, alguma coisa tocou em mim, o que não tinha acontecido antes. Agora só\n quero superar e sair daqui melhor”, assegura.\n \n Já a detenta Tatiane da Silva, 24 anos, enxerga na\n oportunidade oferecida no presídio um meio de retomar a carreia de cantora\n gospel. Ela informa que chegou a gravar dois CDs com músicas de louvor entre os\n anos de 2003 e 2004. “É uma esperança que está nascendo de novo em mim. Fico\n contando os dias para poder voltar a ter aquela vida que eu tinha antes de me\n envolver com companhias erradas. Quero voltar para a igreja e, quem sabe, fazer\n sucesso cantando”, comenta. “Estou aprendendo muito com as aulas e voltando a\n ter a afinação que eu tinha antes”, completa.nbsp;
A oficina de Canto Coral prossegue até o mês que vem, com 60 horas/aula de\n duração. Segundo a coordenadora do projeto, Conceição Leite, a intenção é\n firmar parcerias para que a ação tenha continuidade e atenda a um maior número\n de reeducandas.
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