\n \n O dólar operava em alta ante o real nesta sexta-feira, após\n registrar valorização na sessão anterior, com os mercados internacionais\n apreensivos sobre as novas condições impostas à Grécia para que possa receber o\n segundo pacote de resgate e evitar um calote desordenado. \n \n Às 10h53 (horário de Brasília), o dólar era negociado a 1, 7250\n real para venda, em alta de 0,22 por cento. \n \n Na quinta-feira, os líderes da Grécia chegaram a um acordo sobre\n reformas e medidas de austeridade, mas ministros das Finanças da zona do euro\n disseram que Atenas precisa implementar mais cortes para convencê-los a liberar\n a ajuda financeira. Além disso, trabalhadores gregos também entraram em greve\n contra as medidas de austeridade. \n \n " O dólar está refletindo o que está acontecendo lá\n fora", afirmou o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti. Para\n ele, no entanto, a alta do dólar hoje é pontual devido a um movimento de\n realização de lucros no exterior e que a tendência da moeda continua sendo de\n baixa. \n \n "Essa realização poderia ter acontecido ontem, mas com o\n anúncio de injeção de liquidez do Banco da Inglaterra impediu esse\n movimento", explicou. \n \n O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) informou na\n quinta-feira que decidiu injetar mais 50 bilhões de libras no sistema\n financeiro, como parte de seus esforços para estimular a frágil recuperação da\n economia, que continua em risco de voltar à recessão. \n \n A injeção de dinheiro nos sistemas financeiros atrai investimentos\n para o Brasil por, entre outros, ter uma das taxas básicas de juros mais\n elevadas do mundo, hoje a 10,50 por cento ao ano. Isso puxa a cotação do dólar\n para baixo. "Há uma forte entrada de recursos no Brasil e não há o mínimo\n indício de que isso irá mudar", afirmou Barbutti. \n \n O Brasil registrou em janeiro o maior superávit cambial em quatro\n meses, de acordo com dados do Banco Central, que apontaram também continuidade\n nos ingressos de recursos no início de fevereiro. \n \n Dessa forma, o BC deve continuar intervindo no mercado de câmbio,\n segundo o economista. Para ele, a autoridade monetária é a única\n "defesa" para a forte entrada de recursos no país. "O que vai\n definir a entrada dele (BC) não é o nível da moeda, mas sim o fluxo",\n referindo-se ao piso informal do dólar a 1,70 real, um consenso do mercado. \n \n Desde o final da semana passada, o BC já realizou leilões de\n compra de dólares à vista e a termo. \n \n Em relação a uma cesta de moedas, o dólar subia 0,56 por cento,\n enquanto o euro registrava queda 0,65 por cento, cotado a 1,3195 dólar. Nas\n bolsas de valores, o índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300\n recuava quase 1 por cento e os índices futuros norte-americanos apontavam para\n uma abertura no vermelho em\n Nova York.\n \n \n \n