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29/07/2013 07:27:29
Justiça inicia segunda etapa de julgamento do Carandiru
O julgamento da maior parte dos assassinatos ocorridos no episódio conhecido como "Massacre do Carandiru" começa nesta segunda-feira em São Paulo.

BBC/LD

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\n \n O julgamento da maior parte dos assassinatos ocorridos no episódio\n conhecido como "Massacre do Carandiru" começa nesta segunda-feira em\n São Paulo. Segundo o Tribunal de Justiça, o destino de 27 policiais militares,\n acusados de matar 73 presos durante uma rebelião no complexo do Carandiru, deve\n ser decidido até o final desta semana. \n \n Essa é a segunda etapa do processo judicial, que tem 84 réus e foi\n desmembrado em quatro fases. A primeira ocorreu em abril, quando 23 policiais\n foram condenados a 156 anos de prisão por assassinar 13 detentos. Ela dizia\n respeito aos crimes ocorridos no primeiro andar do pavilhão nove, o local do\n massacre. \n \n Os sentenciados dessa primeira etapa do julgamento receberam o\n benefício de recorrer da condenação em liberdade. \n \n Grande parte dos policiais que estarão no banco dos réus a partir\n desta segunda-feira atuou no segundo andar do pavilhão e pertencia à\n controversa unidade policial conhecida como Rota (Rondas Ostensivas Tobias\n Aguiar) na época do massacre. \n \n Formada hoje por cerca de 750 policiais, a unidade carrega fama de\n alta letalidade. Ela representa 1% do efetivo da corporação, mas entre 2007 e\n 2011 foi responsável por 14% dos cerca de 2.200 mortes cometidas pela PM nas\n ruas de São Paulo no período. \n \n JúriO julgamento deve começar com a escolha dos jurados. A defesa\n deve tentar dar preferência para pessoas mais velhas – ao contrário do júri que\n condenou os policiais na primeira fase. Em abril, o julgamento sofreu uma série\n de atrasos depois que um dos jurados passou mal. \n \n Serão ouvidas durante a semana oito testemunhas de acusação e\n quatro de defesa. Os depoimentos de outras três testemunhas de acusação e duas\n de defesa serão exibidos em vídeo para o júri. \n \n O juiz responsável não será o mesmo da primeira fase. José Augusto\n Nardy Marzagão foi transferido para uma comarca no interior e será substituído\n pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo. \n \n O promotor Fernando Pereira da Siva afirmou que a recente onda de\n desaprovação da sociedade contra as ações violentas da Polícia Militar durante\n a onda de protestos não deve influenciar os jurados. Na opinião dele, a Justiça\n está julgando os maus policiais e não a instituição da Polícia Militar. \n \n A advogada de defesa Ieda de Souza afirma que os réus não deveriam\n ser condenados, entre outros fatores, porque não é possível individualizar suas\n condutas . Ou seja, uma vez que não há testemunhas e não foi feita a perícia\n nas armas dos crimes, seria impossível dizer, na prática, quem matou quem. \n \n PCCO massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro, de 1992,\n quando detentos do pavilhão nove da Casa de Detenção fizeram uma rebelião. \n \n A Tropa de Choque da polícia invadiu o edifício com armas letais,\n e 111 presos foram mortos. \n \n Ao todo cinco acusados já morreram, inclusive o comandante da\n ação, o coronel Ubiratan Guimarães, que já havia sido julgado e inocentado. \n \n Todos os acusados estão respondendo ao processo em liberdade. \n \n O massacre na Casa de Detenção é apontado por analistas como uma\n dos fatores determinantes para a fundação da facção criminosa PCC (Primeiro\n Comando da Capital). \n \n O grupo criminoso teria se organizado inicialmente como o objetivo\n de lutar pelos direitos dos detentos e contra os abusos dos agentes do Estado e\n vingar as mortes no Carandiru. \n \n A facção também passou a realizar uma série de operações\n criminosas, tais como assassinatos, roubos, aluguel de armas e tráfico de\n drogas. \n \n \n \n \n
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