Quinta-Feira, 12 de Junho de 2025
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25/11/2012 07:35:20
Ministério Público vai atrás de mais provas contra Bruno
O Ministério Público (MP) vai atrás de mais provas contra o goleiro Bruno Fernandes, acusado de ser o mentor da trama, o que pode lhe render uma pena acima de 30 anos de prisão em regime fechado, segundo especialistas.

G1/LD

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\n \n O Ministério\n Público (MP) vai atrás de mais provas contra o goleiro Bruno Fernandes, acusado\n de ser o mentor da trama, o que pode lhe render uma pena acima de 30 anos de\n prisão em regime fechado, segundo especialistas. Encarregado pela acusação, o\n promotor de Justiça, Henry Wagner Vasconcelos de Castro, afirmou que vai pedir\n à Justiça a quebra do sigilo bancário do jogador na época em que era remunerado\n pelo Flamengo. O objetivo é rastrear o dinheiro usado para bancar o assassinato\n de Eliza Samúdio, ex-amante e mãe do filho jogador, em 10 de junho de 2010.
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\n Segundo o MP, Bruno pagou R$ 5 mil em dinheiro para o ex-policial aposentado\n Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, executar e desaparecer com o corpo da\n vítima. Ainda de acordo com o MP, a recompensa não foi quitada na hora da\n execução porque Bruno esperava receber do Flamengo, com quem tem vinculo até 31\n de dezembro desse ano.\n \n -\n Vamos solicitar à Justiça que, por sua vez, pede os dados para o Banco Central.\n É mais um indício muito importante para corroborar com o depoimento de\n testemunhas do processo. Esse pedido já poderia ser feito antes, mas não foi\n tomada a providência. Eu não era o promotor do caso na época da denúncia. A\n intenção agora é provar se dinheiro saiu da conta bancária do goleiro -\n explicou Vasconcelos de Castro na sexta-feira, após o fim da primeira fase do\n júri, que condenou Luiz Henrique Romão, o Macarrão, a 15 anos de cadeia, e\n Fernanda Gomes, ex-amante de Bruno, a 5 anos em regime aberto.\n \n O\n promotor, entretanto, sustenta já ter provas suficientes para condenar Bruno\n por sequestro, cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação\n de cadáver. Além do pente fino na conta do goleiro, Vasconcelos de Castro\n anunciou que vai apurar a possível participação do policial civil aposentado\n José Laureano, o Zezé, na morte de Eliza. Apontado como o homem que apresentou\n Bola a Macarrão, Zezé chegou a entrar na mira da polícia, mas foi poupado pelo\n delegado Édson Moreira e pelo promotor de Justiça, Gustavo Fantini, autores da\n investigação e da denúncia, respectivamente. Eles alegaram falta de provas.\n Fantini deixou o caso após ser transferido para Belo Horizonte. Em entrevista,\n Moreira, hoje vereador eleito na capital, admitiu que a suposta participação de\n Zezé é uma das principais lacunas da investigação, mas desconversou ao ser\n perguntado porque não o citou.\n \n Até\n hoje, a investigação desprezou 37 ligações trocadas por Zezé com os principais\n envolvidos no caso, justamente nos dias que antecederam o crime. No dia do\n assassinato, segundo sustenta o MP, Zezé recebeu três ligações de Bola, entre\n 22h e 23h, horário em que o promotor Vasconcelos de Castro afirma que Eliza foi\n executada por estrangulamento. Zezé não foi chamado nem para prestar depoimento\n como testemunha do júri.\n \n -\n Foi ele quem apresentou Bola a Macarrão. Temos elementos suficientes para\n provar sua participação - disse o promotor.\n \n Quando\n Eliza foi levada para ser morta por Bola, Zezé estava presente. Em depoimento,\n o menor primo do goleiro descreveu que Eliza foi entregue para um homem negro e\n alto, mesma descrição de Zezé. Pelas investigações, ele acompanhou Bola. Na\n avaliação do jurista Luiz Flávio Gomes, professor de direito penal em São\n Paulo, e do criminalista Marcos Antônio do Couto, professor da PUC-BH e mestre\n pela UFMG, Bruno pode pegar de 25 a 31 anos de cadeia. Segundo eles, o fato de\n ser o mandante do crime é um agravante de peso. Em regra, a pena é diminuída em\n um terço para réu confesso. Para Couto, caso Bruno resolva confessar o\n assassinato de Eliza, como fez Macarrão, a juíza poderá atenuar a pena.\n \n -\n Em tese, vejo como uma saída para ele. Confessando nos termos do Macarrão, a\n juíza terá que aplicar a mesma redução. Seria uma questão de coerência até\n porque a juíza deixou claro que os jurados ficaram mais tranquilos para votar,\n mesmo sem ter o corpo da vítima. Ou seja, na visão da magistrada a confissão\n dele foi considerada muito relevante para o processo - analisou.\n \n O\n promotor de Justiça, em entrevista ao G1, disse neste sábado que não seria\n produtivo promover uma acareação entre o goleiro Bruno Fernandes e Luiz\n Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, condenado a 15 anos por cárcere e\n homicídio de Eliza Samudio. Segundo ele, como ambos os réus têm o direito ao\n silêncio e à mentira assegurados, não haveria utilidade na medida. Lúcio\n Adolfo, advogado de Bruno, revelou a intenção de pedir uma acareação depois que\n Macarrão deu declarações que ligavam Burno à morte de Eliza em interrogatório.\n \n Para especialistas, se Bruno confessar, pena\n diminuirá para 18 anos\n \n Para\n o professor da PUC, Bruno pode pegar 20 anos pelo homicídio triplamente\n qualificado, quatro pelo sequestro e cárcere privado e mais dois anos pela\n acusação de ocultação de cadáver. Um total de 26, levando-se em consideração\n que o jogador não colabore com a Justiça. Se confessar, a pena diminuiria para\n 18 anos. Já a previsão de Gomes é mais severa.\n \n -\n Vai depender da estratégia dos advogados, mas ele, na condição de mandante, o\n que é um agravante considerável, pode ser condenado a 24 anos pelo homicídio,\n cinco pelo sequestro e dois pela ocultação de cadáver, resultando em 31 anos -\n avaliou, lembrando que o julgamento do mensalão abriu uma divergência\n jurisprudencial no sentido que, mesmo se o réu for primário e portador de bons\n antecedentes, a Justiça não é obrigada a fixar a pena mínima pena como\n acontecia anteriormente.
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