Quarta-Feira, 18 de Junho de 2025
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19/02/2013 09:00:00
Testemunha diz que pai de Gil Rugai contou que foi "roubado" pelo filho
Ele declarou que Luis Carlos Rugai, pai do réu, lhe falou dias antes de ser morto que o filho o havia "roubado" e era "perigoso".

G1/LD

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\n \n O\n instrutor de voo Alberto Bazaia Neto foi ouvido por cerca de uma hora e\n quarenta minutos nesta terça-feira (19), segundo dia do julgamento do\n ex-seminarista Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madrasta em 2004 em São\n Paulo.\n \n Ele\n declarou que Luis Carlos Rugai, pai do réu, lhe falou dias antes de ser morto\n que o filho o havia "roubado" e era "perigoso".\n \n A\n testemunha foi a quarta da acusação a ser ouvida desde que o júri começou, na\n segunda-feira (18). Defesa e acusação chegaram a bater boca e os advogados do\n réu tentavam desqualificar o piloto, ao citar aos jurados processos nos quais a\n família de Bazaia Neto foi indagada sobre tráfico de drogas.\n \n "Quando\n pousamos em Sorocaba, esperando o abastecimento da aeronave, Luis falou que o\n filho o havia roubado. “Meu filho me roubou”, foi o que ele me disse",\n declarou o instrutor Bazaia Neto, de 29 anos.
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\n Para a Promotoria, Gil Rugai matou Luis e Alessandra Troitino a tiros porque\n seu pai descobriunbsp; que o filho havia desviado dinheiro da produtora de\n filmes do qual era dono. "Ele falou que o filho lhe confessou que roubou a\n empresa. Então decidiu que Gil deveria deixar a casa onde morava com o pai, que\n dissesse se mais alguém estava envolvido e quais providências para repor o\n dinheiro desviado. Algo em torno de R$ 20 mil. Caso não fizesse isso, colocaria\n Gil Rugai na cadeia", relatou a testemunha.\n \n Segundo\n a acusação do Ministério Público, Gil desviou mais de R$ 100 mil da produtora\n do pai.\n \n A\n testemunha também confirmou a informação do Ministério Público que ouviu do\n empresário que Gil Rugai era perigoso. "Ele [Luis] falou que Gil era uma\n pessoa muito inteligente, bom de conversa e conseguiria facilmente convencer as\n pessoas na conversa. Ele disse: “ele é um menino perigoso”."\n \n As\n conversas entre o piloto e o pai do acusado ocorreram por três vezes, na\n quarta-feira, no sábado e no domingo, dia 28 de março, quando ocorreu o crime\n que vitimou Luis e sua mulher, Alessandra Troitino. Segundo Bazaia Neto, Luis\n lhe disse à época que o filho não sabia explicar direito porque havia fraudado\n a produtora.\n \n "Luis\n disse que Gil falou assim ao ser questionado: “pai, eu não sei o que está\n acontecendo. Só sei que eu tenho a vontade de te f.", disse a testemunha.\n "Filho é f. Filho é complicado", teria dito Luís, segundo Bazaia Neto\n ao falar de problemas com os filhos. "Até com problemas de drogas".\n \n A\n testemunha de acusação afirmou que Luis lhe confidenciou que Gil assumiu que\n havia pego dinheiro e que havia feito tudo sozinho. Disse ainda que os filhos\n não se davam com a mulher.\n \n A\n defesa de Gil tentou colocar em xeque a proximidade entre Alberto e o pai de\n Gil Rugai e destacou que o instrutor de voo se contradisse sobre o tempo de\n amizade com Luís. Num depoimento pouco após o assassinato, disse cerca de um\n mês, e nesta terça, cerca de três meses. Em seguida, mostraram uma reportagem\n sobre apreensão de drogas no aeroclube em Itú, onde a família Bazaia dá aulas\n de voo.\n \n Durante\n os questionamentos da defesa, o promotor Rogério Leão Zagallo protestou,\n dizendo que a defesa estava insinuando que a família de Bazaia estava envolvida\n com o tráfico de drogas das Farc . Houve discussão entre advogados de defesa e\n de acusação. "Nojento, Nojento", bradou o advogado Ubirajara Mangini,\n assistente da acusação, para Thiago Anastácio, defensor de Gil Rugai.\n "Nojento é o senhor", respondeu Anastácio.\n \n Questionado\n após o júri, o advogado Marcelo Feller, chegou a dizer à imprensa, após o\n depoimento de Bazaia, que iria anunciar dois nomes de suspeitos de terem matado\n o casal. Sem dizer nomes, afirmou que Luis chegou a fazer filmagens do avião\n que pilotou dias antes de ser morto.\n \n Gil alega inocência
\n Ao chegar ao fórum para este segundo dia de julgamento, o réu reafirmou que é inocente.\n "Eu não matei. Sou inocente", disse.\n \n Neste\n segundo dia, também será ouvido o delegado Rodolfo Chiarelli, que presidiu o\n inquérito que investigou o caso, como testemunha de acusação. Em seguida, estão\n previstas o depoimento de ao menos nove testemunhas da defesa e, por último,\n mais uma do juízo.\n \n O\n advogado de Gil, Marcelo Feller, considerou o primeiro dia de julgamento uma\n batalha ganha. Ainda tem toda uma guerra pela frente para ser enfrentada".\n Feller afirmou que a defesa deverá apresentar nesta terça-feira um dos dois\n suspeitos que para ele cometeu o crime. A defesa pretende nomear o suspeito\n durante o depoimento do delegado Chiarelli. "Ele [o delegado] será\n questionado sobre linhas de investigação que não seguiu".\n \n Ao\n chegar ao fórum, o advogado Ubirajara Mangini K. Pereira, assistente de\n acusação do promotor Rogério Leão Zagallo no julgamento, questionou a\n estratégia da defesa de apresentar suspeitos para o crime durante o julgamento.\n "Nunca apareceram outros suspeitos no processo. Já deveria ter aparecido.\n Chegar agora e falar que tais pessoas são acusadas, acho que isso é um\n blefe".\n \n O julgamento
\n Desde segunda até a tarde desta terça-feira (19), foram ouvidas as cinco\n testemunhas de acusação. A previsão do juiz Adilson Paukoski Simoni é que o julgamento\n termine até sexta-feira (22).\n \n A\n primeira testemunha foi o homem que trabalhava como vigia na rua onde o crime\n ocorreu. Ele confirmou ter visto o réu saindo da casa junto com outra pessoa na\n noite de 28 de março de 2004.\n \n Na\n sequência, o perito Daniel Romero Munhoz, professor de medicina legal,\n confirmou que o réu tinha uma lesão no pé após o assassinato de seu pai e de\n sua madrasta. A testemunha, porém, evitou apontar o que causou tal machucado.\n \n O\n terceiro a depor foi o perito criminal Adriano Iassmu Yonamine. Ele disse que a\n perícia apontou “a presença inequívoca de Gil Rugai” no local do crime. O réu,\n segundo o perito, teria desferido um chute que arrombou a porta de uma sala de\n TV, na qual Luiz Carlos Rugai teria se refugiado para evitar ser morto. “Não\n resta dúvida que o chute foi desferido pelo réu.”\n \n O\n instrutor de voo Alberto Bazaia Neto foi ouvido por cerca de uma hora e\n quarenta minutos nesta terça-feira (19). Ele declarou que Luis Carlos Rugai,\n pai do réu, lhe falou dias antes de ser morto que o filho o havia\n "roubado" e era "perigoso".\n \n Nesta\n tarde é ouvido o delegado Rodolfo Chiarelli, que presidiu o inquérito que\n investigou o caso. Em seguida, estão previstas o depoimento de ao menos nove\n testemunhas da defesa e, por último, mais uma do juízo.\n \n Caberá\n a sete jurados – cinco homens e duas mulheres, escolhidos por sorteio -\n decidirem, a partir das provas da acusação e da defesa, se Gil Rugai matou ou\n não pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta Alessandra de Fátima Troitino. Além do\n homicídio, o réu também é acusado de estelionato. O processo tem 19 volumes,\n com 200 folhas cada um. Recentemente, a defesa acrescentou 1,8 mil folhas com\n provas que atestariam que o estudante não cometeu o crime.\n \n O\n réu, que atualmente tem 29 anos de idade, responde ao processo em liberdade,\n mas já chegou a ficar preso por dois anos.\n \n Crime
\n O casal foi morto com 11 tiros na residência em que morava na Rua Atibaia, em\n Perdizes, na Zona Oeste da cidade. No mesmo processo pelo homicídio, Gil Rugai\n responde ainda a acusação de ter dado um desfalque de mais de R$ 25 mil, em\n valores da época, à empresa do pai. Razão pela qual havia sido expulso do\n imóvel cinco dias antes do crime. Ele cuidava da contabilidade da “Referência\n Filmes”.\n \n O\n julgamento de Gil Rugai já foi adiado por duas vezes, em 2011 e 2012, por causa\n de pedidos da defesa, que solicitou à Justiça a realização de um novo exame de\n DNA do sangue recolhido na cena do crime e do acusado. Além disso, pediu\n esclarecimentos de um perito.\n \n Apesar\n de o vigia relatar ter visto Gil Rugai e uma outra pessoa não identificada\n saírem juntos da casa das vítimas na noite do crime, a Polícia Civil, só\n conseguiu apontar o estudante como o principal e único suspeito pelos\n assassinatos. A única pessoa investigada como suposta comparsa de Gil Rugai foi\n Maristela Greco, mãe do estudante. Mas como ela apresentou um álibi que\n convenceu os investigadores e foi descartada a participação dela no crime.\n \n Em\n entrevista ao Fantástico em 2004, Gil Rugai negou ter matado as vítimas.\n "Nunca conseguiria fazer isso. Nunca conseguiria matar uma pessoa,\n imagina, é absurdo", disse o estudante naquela ocasião.\n \n
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