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Brasil
01/10/2012 09:00:00
Brasil não tem acordo sobre duas metas de conservação da biodiversidade
Representantes brasileiros não conseguiram acordo em pelo menos duas das 20 Metas de Aichi – diretrizes criadas em 2010 para garantir a conservação da biodiversidade do planeta.

Agência Brasil/LD

\n \n Representantes brasileiros não conseguiram acordo em pelo menos\n duas das 20 Metas de Aichi – diretrizes criadas em 2010 para garantir a\n conservação da biodiversidade do planeta. Entre os dias 8 e 19 de outubro, o\n Brasil e mais de 190 países vão apresentar, durante a 11ª Conferência das\n Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, a COP-11, em Hyderabad, na\n Índia, como estão incorporando estas orientações criadas na última convenção,\n que ocorreu em Nagóia, no Japão. \n \n Especialistas apostam que o Brasil se destacará no encontro da\n próxima semana, com resultados mais avançados na adoção e nos debates sobre as\n metas adotadas pelo governo e setor privado. Mas a delegação brasileira não\n conseguiu consenso em pontos que devem ter destaque nos debates, como, por exemplo,\n a definição sobre o percentual mínimo de unidades de conservação que deve ser\n implantada em cada bioma do país. \n \n A ampliação do sistema de áreas protegidas no mundo deve ser um\n dos principais debates entre os países signatários do acordo. Pelo documento de\n Aichi, 17% das áreas terrestres e de águas continentais e 10% das áreas\n marinhas e costeiras terão de estar protegidas por sistemas de proteção até\n 2020. \n \n O relatório do Departamento de Áreas Protegidas do Ministério do\n Meio Ambiente, apresentado na última reunião da Comissão Nacional da\n Biodiversidade (Conabio), na semana passada, apontou que o país tem, hoje,\n 16,8% da área terrestre conservada. Mas a proteção da área marinha não\n ultrapassa 1,5% do total. \n \n “Teríamos que fazer esforço muito grande para aumentar a área\n preservada em áreas marinhas. O que mais gera divergência é o que é considerado\n unidade de conservação”, disse Daniela Suarez Oliveira, diretora do\n Departamento de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente. \n \n Uma das questões ainda sem solução é a abrangência das unidades de\n conservação divulgadas pelo governo federal. Atualmente, a lista incorpora as\n unidades estaduais e federais, mas o setor produtivo agrícola pede a inclusão\n das áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais. “Achamos que é\n coerente porque tem conservação. Mas existem dúvidas. Com o código [Floretal]\n estas APPs e reserva legal vão poder produzir espécies exóticas”, explicou\n Daniela Oliveira. \n \n Mesmo diante das indefinições, o Brasil é um dos poucos países que\n dispõe de um Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Algumas nações sequer\n debatem a questão. \n \n Os pontos nos quais o governo brasileiro conseguiu avançar foram\n resultados de debates abertos promovidos no último ano, com universidades,\n empresas, pesquisadores e ambientalistas. O Brasil adotou duas frentes de\n debate: uma delas em consultas públicas sobre as metas de Aichi e outra em\n encontros com representantes de vários segmentos da sociedade, como governos\n estaduais, organizações não governamentais, povos indígenas e comunidades\n tradicionais, entitulado Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a\n estratégia brasileira para 2020. \n \n Nestes debates ficaram indefinidas as estratégias necessárias para\n cumprir a primeira meta de Aichi, que estabelece que até 2020, as pessoas\n tenham mais conhecimento dos valores da biodiversidade e das medidas que\n poderão tomar para conservá-la e utilizá-la de forma sustentável. \n \n “Mas como vamos fazer? Tem consenso sobre esta meta, mas não sobre\n como viabilizá-la. Em um país como o Brasil será que vamos conseguir que todos\n saibam [o que é a biodiversidade]?, pergunta Daniela Oliveira. \n \n \n \n \n