Geral
02/06/2013 07:00:04
Médicos já identificam até AVC pela internet
Quarta-feira, 12h19. Mulher de 48 anos dá entrada na emergência do Hospital Municipal do MBoi Mirim, zona sul da capital. Os sintomas apontam para um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Correio do Estado/LD
\n \n Quarta-feira,\n 12h19. Mulher de 48 anos dá entrada na emergência do Hospital Municipal do\n MBoi Mirim, zona sul da capital. Os sintomas apontam para um Acidente Vascular\n Cerebral (AVC). Após ser submetida a exames e procedimentos de urgência, a\n paciente recebe uma segunda avaliação. A consulta é online. A 17,5 km de\n distância, o neurologista Agnaldo da Costa confirma o diagnóstico e orienta o\n tratamento. Tendência mundial para acelerar o atendimento e otimizar recursos,\n a telemedicina já é realidade em São Paulo.\n \n A\n conferência, presenciada pela reportagem, na semana passada, ocorreu em uma\n sala de plantão do Albert Einstein, no Morumbi, também zona sul. O hospital\n mantém convênio com o Ministério da Saúde para dar suporte a outros de menor\n complexidade. Além da unidade do MBoi Mirim, participam do programa centros de\n Manaus, João Pessoa e Brasília de Minas (MG). Outros oito candidatos serão\n avaliados.\n \n A\n comunicação é simples e não exige tecnologia sofisticada. Para que duas equipes\n médicas entrem em contato, bastam dois computadores equipados com câmeras de\n alta resolução, microfone e softwares específicos, além de acesso à internet\n sem fio. Pelo canal, médicos emergencistas e especialistas discutem\n procedimentos, avaliam exames, indicam medicação, cirurgias e até fecham\n diagnóstico de morte encefálica.\n \n "Pela\n câmera, nosso colega de São Paulo pode ver o paciente e conversar com ele. Pode\n ainda acompanhar uma ronda médica pela UTI, já que o sistema funciona em um\n carrinho portátil. Para quem está distante, como nós, essa é uma chance de\n integração", diz Alexandre Bichara da Cunha, diretor do Hospital Doutor\n Platão Araújo, na periferia de Manaus.\n \n Com\n investimento de R$ 14 milhões, o programa funciona 24 horas, sete dias por\n semana. No plantão do Einstein, 280 casos foram atendidos nos últimos 12 meses.\n O balanço mostra que a opinião de um neurologista é a que registra maior\n demanda. O déficit explica a procura - segundo censo médico, há apenas 3,2 mil\n neurologistas no Brasil e a grande maioria está concentrada no Sudeste.\n \n "O\n programa tenta igualar um pouco esse desequilíbrio. A telemedicina é uma\n ferramenta possível hoje e deve ser considerada. Ela encurta distâncias,\n otimizando tempo, economizando recursos e aumentando a chance de\n salvação", diz Milton Steinman, responsável pela Telemedicina no Albert\n Einstein.\n \n Para\n Agnaldo da Costa, trata-se de uma troca de experiências que só pode ser\n favorável. "No cenário da emergência, a abordagem inicial faz toda a\n diferença. E não importa a distância. Quem eu atendo pela câmera é meu\n paciente."\n \n Tablet\n \n A\n tecnologia que permite consultas a distância já proporciona a realização de\n exames e até avaliações clínicas corriqueiras, como a ausculta cardíaca. Por\n meio de um software específico, as batidas do coração podem ser\n "compartilhadas" pela rede. E tudo pode ser visualizado diretamente\n do tablet ou smartphone com Wi-Fi.\n \n Fundadora\n e presidente da Hospitalar - principal feira do setor -, Waleska Santos afirma\n que o mercado cresce vertiginosamente. "A telemedicina, que hoje é usada\n também para ajudar na confecção de laudos de exames, ainda será a principal\n arma para aprimorar e humanizar o homecare e reduzir as idas ao hospital ".\n \n \n \n \n