\n \n Depois de um processo que durou 13 anos, a privatização do\n Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-Brasil) será concluída nos próximos 30\n dias. Segundo o Ministério da Fazenda, pasta à qual o IRB-Brasil ainda está\n vinculado, o órgão passará para a iniciativa privada até 1º de outubro, quando\n devem ser finalizados os últimos trâmites burocráticos. \n \n No último dia 20, uma assembleia do conselho do IRB-Brasil\n confirmou o aumento de capital da empresa, que atualmente responde por 40% do\n mercado de resseguros no Brasil. A companhia será gerida por quatro\n instituições financeiras – o Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e o Fundo de\n Investimentos da Caixa Econômica Federal. Esses bancos estão comprando ações\n detidas pela União para assumir o controle do IRB-Brasil, cujo capital será 51%\n privado. \n \n Para a privatização do IRB-Brasil ser concluída, a\n Superintendência de Seguros Privados (Susep), autarquia do Ministério da\n Fazenda que regula o setor, também precisa homologar o aumento de capital da\n empresa. Além disso, a operação precisa ser registrada em cartório para que a\n empresa passe a funcionar da nova maneira. \n \n O resseguro funciona como o seguro das seguradoras. Nessa\n modalidade, a empresa seguradora transfere à empresa de resseguro, parcialmente\n ou totalmente, os riscos assumidos nas apólices de alto valor ou em apólices de\n pequeno valor com riscos distribuídos em massa. Em 2001, após a destruição das torres\n gêmeas em Nova York,\n as maiores resseguradoras do mundo ajudaram as seguradoras a absorver o\n prejuízo de US$ 40 bilhões provocados pelas indenizações pagas às vítimas do\n atentado. \n \n No Brasil, o IRB, criado em 1939 pelo presidente Getúlio Vargas,\n detinha o monopólio do mercado de resseguros. Em 1998, a empresa foi\n transformada em sociedade anônima e passou a chamar-se IRB-Brasil Resseguros.\n Em 2000, o governo iniciou o processo de privatização, que foi paralisado por\n causa de uma ação direta de inconstitucionalidade. Em 2002, o Supremo Tribunal\n Federal julgou o processo e considerou a privatização ilegal. \n \n Para que o IRB-Brasil pudesse passar à iniciativa privada, era\n necessário primeiramente acabar com o monopólio da empresa no mercado de\n resseguros. Em 2007, o Congresso aprovou uma lei complementar que reabriu o\n setor a outras empresas. Atualmente, existem 110 empresas de resseguro no país,\n embora o IRB-Brasil ainda detenha a maior fatia do mercado. No ano passado, o\n IRB-Brasil recebeu R$ 2,8 bilhões em prêmios emitidos e teve lucro de R$ 293,4\n milhões. \n \n \n \n \n