\n \n Números\n divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia\n e Estatística) apontam que a população indígena de Mato Grosso do Sul é de\n 61.737 pessoas. Apenas uma aldeia, em Dourados, concentra 18% dos índios no\n Estado, com uma população de 11.146.\n \n Mato\n Grosso do Sul, conforme os dados do IBGE, tem a segunda maior população de\n índios no País. A aldeia de Dourados, que fica na área urbana, é conhecida\n pelos problemas de segurança, de saúde e pela pobreza em que vivem os índios.\n \n De\n acordo com os dados, no Brasil a população índia soma 896,9 mil pessoas, de 305\n etnias, que falam 274 línguas indígenas. Esta é a primeira vez que o órgão\n coleta informações sobre etnia dos povos. O levantamento marca também a\n retomada da investigação sobre as línguas indígenas, parada por 60 anos.\n \n A\n terra indígena mais populosa no país é a Yanomami, com 25,7 mil habitantes (5%\n do total) distribuídos entre o Amazonas e Roraima. Já a etnia Tikúna (AM) é\n mais numerosa, com 46 mil indivíduos, sendo 39,3 mil na terra indígena e os demais\n fora.\n \n Em\n seguida, vem a etnia Guarani-kaiowá (MS), com 43 mil índios, dos quais 35 mil\n estão na terra indígena e 8,1 mil vivem fora.\n \n O\n Censo 2010 também revelou que 37,4% índios com mais de 5 anos de idade falam\n línguas indígenas, apesar de anos de contato com não índios. Cerca de 120 mil\n não falam português.\n \n Com\n base nos dados do Censo 2010, o IBGE revela que a população indígena no país\n cresceu 205% desde 1991, quando foi feito o primeiro levantamento no modelo\n atual. À época, os índios somavam 294 mil. O número chegou a 734 mil no Censo\n de 2000, 150% de aumento na comparação com 1991.\n \n A\n pesquisa mostra que, dos 896,9 mil índios do país, mais da metade (63,8%) vivem\n em área rural. A situação é o inverso da de 2000, quando mais da metade estava\n em área urbana (52%).\n \n Na\n avaliação, a explicação para o crescimento da população indígena pode estar na\n queda da taxa de fecundidade das mulheres em áreas rurais, apesar de o índice\n de 2010 não estar fechado ainda. Entre 1991 e 2000, essa taxa passou de 6,4\n filhos por mulher para 5,8.\n \n Outro\n fator que pode explicar o aumento do número de índios é o processos de\n etnogênese, quando há “reconstrução das comunidades indígenas”, que\n supostamente não existiam mais, explica o professor de antropologia da Unicamp\n (Universidade de Campinas), José Maurício Arruti.\n \n \n \n \n