G1/PCS
Os incêndios que atingem o Pantanal há mais de 30 dias avançaram pelo Parque do Pantanal e Encontro das Águas e chegaram à rodovia Transpantaneira, a principal via de acesso ao bioma em Mato Grosso, que liga Poconé, a 104 km de Cuiabá, a Porto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul.
Até agora, o fogo consumiu mais de 1 milhão de hectares do bioma, o triplo do registrado em 2022 inteiro. É o novembro com mais focos de fogo (3.024) desde 2002.
O biólogo Gustavo Figueiroa, diretor do projeto SOS Pantanal, disse que a situação no local está fora de controle. Imagens registradas por voluntários, bombeiros e brigadistas mostram que parte da flora e da fauna está destruída.
O médico veterinário Anderson Fernandes Barreto disse que, na proporção em que o fogo está, somente uma chuva forte conseguiria controlá-lo.
"O Pantanal era um bioma que tinha muito animal, hoje a gente chega nesses pontos e tá até difícil de encontrar animais vivos. Infelizmente o que a gente está vivenciando aqui é um cemitério a céu aberto. A fauna e a flora vêm pagando com a vida esse preço dessa imprudência de nós seres humanos", destacou Anderson.
O especialista também pede para que as pessoas que estejam transitando pela rodovia tenham prudência e mantenham a velocidade reduzida. Segundo ele, muitos animais tentam fugir do fogo atravessando a via e, eventualmente, podem ser atropelados.
As 10 áreas mais atingidas pelo fogo são:
Terra Indígena Tereza Cristina: 50,57%
Parque Estadual Encontro das Águas: 34,79%
Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense: 27,31%
Fazenda Estância Dorochê:
Terra Indígena Kadiweu: 20,10%
Fazenda Rio Negro: 16,78%
Poleiro Grande: 80,26%
Terra Indígena Baía dos Guató: 17,30%
Serra das Araras: 3,41%