Nossa/PCS
A lambida no rosto é um gesto clássico de carinho canino, mas nem sempre é inofensiva. Por trás da demonstração de afeto, podem estar escondidos vírus, bactérias e parasitas que oferecem riscos à saúde humana, mesmo quando o animal é saudável e vacinado.
Isso porque a boca do cão funciona como porta de entrada para diversos microrganismos. Diferente dos humanos, os cães não escovam os dentes naturalmente, lambem a parte genital, feridas e até bebem água de locais contaminados.
Parasitas intestinais podem ser transmitidos se o animal lamber o ânus e, em seguida, o rosto do tutor. Além disso, protozoários, como os causadores da giardíase, podem provocar diarreia com sangue e vômito.
Em casos mais raros, mas possíveis, a saliva de cães pode transmitir raiva, leptospirose ou esporotricose. Reações alérgicas também são comuns e podem afetar a qualidade de vida.
Como evitar contaminações?
Evitar que o cão lamba o rosto é a principal medida preventiva. Mucosas e pequenas feridas faciais são pontos vulneráveis à infecção. A higiene bucal diária, com pasta veterinária adequada, é essencial para reduzir a carga de microrganismos.
Consultas regulares ao veterinário ajudam a avaliar a saúde bucal, removendo tártaros que podem abrigar bactérias. Além disso, a vermifugação periódica e o controle de parasitas externos, como pulgas e carrapatos, contribuem para um um ambiente mais seguro.
Por que eles lambem?
O comportamento de lamber tem origem na comunicação social herdada da vida em matilhas. Lambidas no rosto expressam afeto, aproximação e até submissão.
Para ensinar formas mais seguras de demonstrar carinho, profissionais recomendam reforço positivo: oferecer petiscos, elogios ou carinho quando o cão interage sem lamber. Interromper a interação quando o animal lambe excessivamente também ajuda a reduzir o reforço inadvertido do comportamento.
Atividades diárias, enriquecimento ambiental e exercícios ajudam a controlar a ansiedade, diminuindo a necessidade do cão de buscar contato oral constante. Com atenção à saúde bucal, higiene, prevenção de parasitas e treinamento consistente, é possível manter a convivência afetuosa e segura com o seu pet.
