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Polícia
23/11/2025 06:03:00
Tornozeleira impediria Jair Bolsonaro de chegar perto de embaixadas
A tornozeleira disparou na manhã deste sábado (22), quando o ex-presidente passava pelo local, ao ser conduzido pela Polícia Federal. Por isso, o alerta não foi considerado uma violação.

G1/PCS

A curiosidade matou o gado, diz o ditado popular... (Foto: PF)

A tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi calibrada para mandar alerta caso ele chegasse perto das embaixadas e dos consulados estrangeiros, que ficam na região da Asa Sul, em Brasília.

A proibição de se aproximar do local e de manter contatos com embaixadores e autoridades estrangeiras estava na decisão de julho do ministro Alexandre de Moraes, que mencionou o risco de fuga para determinar medidas cautelares.

O blog apurou que, após 1h da madrugada, quando as autoridades já tinham substituído o equipamento violado por volta da meia-noite, a nova tornozeleira emitiu mais dois alertas - quando o ex-presidente deixava sua casa, às 6h20, e cerca de dez minutos depois, quando passou próximo da região das embaixadas em Brasília.

Isso aconteceu porque a residência de Bolsonaro é considerada uma zona de inclusão — ou seja, o perímetro onde ele devia permanecer. Já a região das embaixadas e consulados foi classificada como zona de exclusão, de onde ele não devia se aproximar.

Apesar dos disparos, as notificações não foram consideradas violações, segundo apurou o blog. Os deslocamentos foram realizados sob escolta da Polícia Federal. Bolsonaro saiu de casa e passou pela região das embaixadas porque estava sendo conduzido para a delegacia, onde está cumprindo prisão preventiva.

Por que as embaixadas são zonas de exclusão

Na decisão deste sábado, que determinou a prisão preventiva, Moraes relembrou que Bolsonaro planejou fugir para a embaixada da Argentina, onde pretendia pedir asilo político quando ainda estava sendo investigado no processo da trama golpista.

"Importante destacar, ainda, que o condomínio do réu está localizado a cerca de 13 km (treze quilômetros) do Setor de Embaixadas Sul de Brasília/DF, onde fica localizada a embaixada dos Estados Unidos da América, em uma distância que pode ser percorrida em cerca de 15 (quinze) minutos de carro", diz a decisão de Moraes.

Para o ministro, essa proximidade reforçava o risco de que Bolsonaro tentasse reproduzir a estratégia de fuga por meio de uma embaixada aliada.

Além disso, Moraes citou o precedente de aliados do ex-presidente, Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, que deixaram o país para tentar escapar de decisões judiciais.