Terça-Feira, 29 de Julho de 2025
Mundo
19/10/2012 12:05:19
Austrália: policiais que mataram brasileiro devem ser inocentados
Dos 11 que participaram da ação policial, cinco ainda podem sofrer punições disciplinares, mas nenhum deve responder criminalmente pelas ações que acabaram com a vida do estudante brasileiro de 21 anos, no dia 18 de março deste ano.

Terra/PCS

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O assistente Jeremy Gormly (à esq.) apresentou hoje suas conclusões à Corte (Foto: Liz Lacerda )
\n \n Os\n policiais envolvidos na morte de Roberto Laudisio Curti saíram mais tranquilos\n do tribunal na Austrália, nesta sexta-feira. Dos 11 que participaram da ação\n policial, cinco ainda podem sofrer punições disciplinares, mas nenhum deve\n responder criminalmente pelas ações que acabaram com a vida do estudante\n brasileiro de 21 anos, no dia 18 de março deste ano. \n \n Mary\n Jerram, a magistrada responsável pela condução do inquérito, vai apresentar\n oficialmente suas conclusões no dia 14 de novembro. No entanto, é improvável\n que o caso seja encaminhado à promotoria criminal. Como a causa da morte de\n Laudisio permanece indeterminada, não há como responsabilizar nenhum dos\n policiais por um crime em um processo judicial. \n \n Nas\n últimas duas semanas, 25 testemunhas foram ouvidas no inquérito instaurado\n exatamente com o objetivo de esclarecer a morte do brasileiro. Durante a\n abordagem policial, Laudisio foi algemado, recebeu 14 disparos de armas de\n choque e duas latas e meia de spray de pimenta. Os policiais seguraram seus braços\n e pernas, que também foram contidas com um cacetete. O sargento Gregory Cooper\n chegou a se deitar em cima do estudante para mantê-lo no chão, o que pode ter\n provocado asfixia. Laudisio morreu em dez minutos. Cooper foi promovido a\n inspetor depois do incidente. \n \n Um\n painel de médicos e especialistas não conseguiu determinar as causas do\n falecimento. "Uma complexa combinação de todos esses fatores contribuiu\n para a morte. Eu sou incapaz de apresentar qualquer conclusão sobre uma razão\n específica", admitiu o assistente Jeremy Gormly. Já o advogado da família,\n Peter Hamill, solicitou o registro oficial de que a morte do brasileiro\n aconteceu "sob custódia da polícia do Estado de New South Wales".\n Hamill também insiste na abertura de um processo criminal. "Se o uso\n excessivo da força não é punido, não há razão para a existência de normas e\n manuais de conduta", afirmou. \n \n Gormly\n criticou as comunicações da polícia pelo rádio, que anunciaram um "assalto\n a mão armada" na loja de conveniências, já que Laudisio não portava nada.\n O assistente também pediu a revisão das normas de conduta e dos manuais de\n treinamento da polícia. O assistente sugeriu, ainda, a punição dos policiais\n Eric Lim, Scott Edmondson e Daniel Barling, que fizeram disparos com armas de\n choque; Damien Ralph, que aplicou o spray de pimenta; e o inspetor Cooper, que\n era o policial mais experiente do grupo. Barling, que disparou o taser cinco\n vezes, foi o único a pedir desculpas à família. \n \n Em\n nota, o Cônsul-Adjunto do Brasil em Sydney, André Costa, que acompanhou todo o\n inquérito, declarou: "Não houve nenhuma explicação plausível para o\n excesso de força policial e toda a brutalidade empregada contra o Roberto.
Após\n duas semanas de evidências e testemunhos no inquérito, não pode haver dúvidas\n de que o estudante brasileiro foi morto pelos agentes policiais do Estado de\n New South Wales em uma ação bárbara, desastrosa e cruel." Costa vai\n elaborar um relatório para o governo brasileiro, que ainda deve se manifestar\n sobre o caso. A família estuda as possibilidades de recorrer a tribunais civis,\n criminais e internacionais.\n \n \n
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