Domingo, 19 de Outubro de 2025
Mundo
18/10/2025 10:05:00
Brasileiro gastou mais de R$ 500 mil com esposa em estado vegetativo nos EUA
Casal tenta voltar ao país de motorhome para ser atendido pelo SUS, o tratamento em solo americano tornou-se insustentável financeiramente para a família, que busca retornar para Juiz de Fora (MG) em um motorhome. Trajeto chega a quase 7 mil km.

G1/PCS

Imprimir
Brasileiro pretende viajar com a esposa dos EUA ao Brasil em um motorhome

O brasileiro Ubiratan Rodrigues estima que os gastos com a esposa Fabíola da Costa, de 32 anos, em estado vegetativo desde que teve um mal súbito e sofreu três paradas cardiorrespiratórias há pouco mais de um ano, ultrapassaram os R$ 500 mil.

Ele planeja voltar com a família ao Brasil em um motorhome adaptado, que garanta segurança, conforto e suporte médico básico durante os quase 7 mil km entre Orlando e Juiz de Fora. A longa viagem passará por 11 países.

Em julho, ao g1, ele estimava que o valor do tratamento estava em torno de R$ 270 mil. De lá para cá, com a alta hospitalar - totalmente custeada pelo plano de saúde americano - e com a compra de insumos para tratamento domiciliar, a quantia subiu ainda mais.

Atualmente, Ubiratan tem arcado sozinho com as despesas dos cuidados em casa, que incluem medicamentos, vitaminas, fraldas, alimentação via sonda enteral, materiais de higiene para garantir a qualidade de vida da esposa.

Cuidados diários e desafios do tratamento em casa

Segundo o esposo de Fabíola, os cuidados são realizados integralmente por ele, com apoio esporádico de uma enfermeira do seguro saúde, que visita a casa uma vez por semana sem custo.

“É muita demanda para uma pessoa só. Preciso virá-la a cada duas horas para evitar feridas nas costas e trocar a fralda. Ela usa uma bolsa de colostomia, que precisa ser trocada e esvaziada. Dou banho, alimento, administro os remédios nos horários certos e a levo para passear na cadeira de rodas”.

Fabíola toma dois medicamentos para controlar a pressão e os batimentos cardíacos, além de vitaminas e remédios para refluxo. A alimentação é líquida, preparada e administrada via sonda enteral ligada diretamente ao abdômen.

Por que a volta ao Brasil é necessária?

Segundo ele, morar em solo norte-americano tornou-se insustentável financeiramente para a família. Além dos gastos que ultrapassaram R$ 500 mil, o plano de saúde americano não cobre sessões regulares de fisioterapia e fonoaudiologia, consideradas essenciais para o quadro de Fabíola.

Diante do triste cenário, Ubiratan deixou o trabalho como caminhoneiro. Ele diz auxiliar a esposa em exercícios físicos e de fonoaudiologia.

“Faço exercícios de extensão e flexão dos membros inferiores e superiores. Uma fisioterapeuta também me disse que não precisamos focar na exatidão dos movimentos, mas que ela precisa se movimentar. Além disso, há a fisioterapia respiratória para prevenir pneumonias e fortalecer os pulmões”, explicou.

Para Ubiratan, a opção ideal seria voltar em uma UTI aérea para o Brasil, onde poderia se tratar pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cercada por familiares. No entanto, o valor da viagem — superior a R$ 1 milhão — tornou essa alternativa inviável para a família.

Então, o marido teve a ideia de fazer o trajeto em um motorhome adaptado, que percorrerá quase 7 mil km por 11 países. Segundo Ubiratan, a aquisição do veículo está prevista para o fim de outubro, e o modelo precisa atender a uma série de exigências técnicas e práticas para garantir segurança e suporte durante a longa viagem.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias