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Geral
23/04/2014 09:00:00
Laudo: Suzane von Richthofen não pode sair de regime fechado
A defesa de Suzane diz que não vai comentar o assunto por "questão de ética e sigilo profissional" e porque também não foi comunicada pela Justiça sobre a realização de novo exame criminológico.

G1/LD

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\n \n Novo exame criminológico encomendado pela Justiça de São Paulo concluiu \n neste mês que Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão por \n mandar matar os pais em 2002 na capital, ainda não está apta a progredir\n do regime fechado para o semiaberto, como quer a sua defesa. A \n informação foi apurada pelo G1.\n \n A defesa de Suzane diz que não vai comentar o assunto por "questão de \n ética e sigilo profissional" e porque também não foi comunicada pela \n Justiça sobre a realização de novo exame criminológico.\n \n A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) \n confirmou nesta quarta-feira (23) que o laudo criminológico acabou \n anexado ao pedido de progressão de regime e foi encaminhado ao Fórum de \n Taubaté, no interior do estado. Lá, a juiza Sueli Zeraik de Oliveira \n Armani, da 1ª Vara das Execuções criminais irá analisá-los. A magistrada\n decidirá se a presa continuará detida 24 horas por dia em Tremembé ou \n poderá sair de lá para trabalhar pela manhã, voltando à noite para \n dormir. Até esta manhã, ela não havia recebido os documentos. TJ não \n informou o resultado do teste.\n \n De acordo com a apuração da equipe de reportagem, o exame criminológico \n mostrou que Suzane não se arrependeu totalmente do crime que cometeu, \n nem tem planos para o futuro ou sequer fez curso profissionalizante na \n cadeia. O documento é assinado pelo psiquiatra forense Guido Palomba.\n \n Apesar de Suzane ter bom comportamento na prisão, o especialista alegou \n que ela deixou de preencher outros requisitos necessários e fundamentais\n para ter direito à progressão.\n \n Procurado pela equipe de reportagem, Palomba não quis comentar o assunto alegando que o caso está sob segredo judicial.\n \n O pedido de progressão de regime foi feito pela defesa de Suzane à \n Justiça. Seus advogados, Denivaldo Barni e Denivaldo Barni Júnior, \n enalteceram, por exemplo, o bom comportamento da cliente e pareceres \n psicológicos favoráveis, produzidos nos últimos anos.\n \n O habeas corpus que pede a progressão de regime foi analisado em \n fevereiro deste ano pelo desembargador José Damião Pinheiro Machado \n Cogan, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Como os documentos \n psicológicos sobre Suzane não possuíam uma análise psiquiátrica, o \n magistrado então determinou a realização de exame criminológico \n complementar. E que o resultado fosse encaminhado a Taubaté.\n \n Instituído pela Lei de Execução Penal de 1984, o exame criminológico \n pode ser feito por psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais do \n sistema prisional a pedido da Justiça. O objetivo é avaliar se o preso \n tem condições ou não de receber a progressão de regime.\n \n Cogan indicou Palomba para submeter Suzane ao novo exame. O psiquiatra \n chegou a procurar a presa na penitenciária feminina de Tremembé para \n entrevista-la, mas ela se negou a falar. Diante disso, o especialista \n realizou então um exame indireto. Ele analisou documentos relacionados a\n sentenciada para auxiliar o embasamento de seu laudo.\n \n Ele concluiu que Suzane teve respostas negativas às questões \n relacionadas à ‘arrependimento e remorso’, ‘planos para o futuro’ e \n ‘profissionalização dentro do sistema carcerário’. A presa teve ponto \n positivo, no entanto, no bom comportamento. Mas na opinião do \n psiquiatra, isso não foi determinante já que se trata de uma obrigação \n para quem está encarcerado.\n \n Nos documentos verificados para elaboração do parecer psiquiátrico, \n Suzane teria dito que se arrependia parcialmente pelo assassinato dos \n pais, não tinha planos para o futuro e nem havia buscado uma profissão \n dentro da prisão.\n \n Desde 2009, os defensores de Suzane tentam na Justiça a progressão para \n ela, mas sempre tiveram solicitações negadas por diversos tribunais.\n \n Por meio de nota, o TJ informou que “foi determinado exame psiquiátrico \n -- este, especificamente, pois ficou faltando no exame criminológico \n realizado na sentenciada. Com a vinda do laudo, o processo provavelmente\n estará pronto para decisão do pedido de progressão de regime”.\n \n Questionada pela equipe de reportagem, a assessoria do Ministério \n Público também confirmou a realização do exame criminológico. Um \n promotor irá se manifestar sobre o pedido de progressão, sugerindo à \n Justiça se Suzane deverá continuar em regime fechado ou ganhar o \n semiaberto.\n
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