Pesquisadores\n do Departamento de Biologia da Universidade de São Paulo (USP) de \n Ribeirão Preto descreveram uma nova espécie de crocodilo, já extinta, a \n partir de um fóssil encontrado no interior de São Paulo. \n A descoberta é especialmente curiosa, pois o fóssil do Aplestosuchus \n sordidus - como foi nomeada a nova espécie - apresentava vestígios de \n uma outra espécie de crocodilo em sua cavidade abdominal. \n O achado foi descrito em um artigo publicado na revista científica "PLOS\n ONE" neste mês. Segundo os autores, esta é a primeira vez que \n evidências concretas de predação entre diferentes espécies de crocodilos\n são encontradas em um fóssil. \n O crocodilo foi encontrado na Formação Adamantina, o que indica que o \n animal viveu no período Cretáceo Superior, há cerca de 70 milhões de \n anos. Fósseis de várias outras espécies de crocodilo já foram \n encontrados na região, que abrange o oeste do estado de São Paulo, parte\n de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. A descoberta do \n Aplestosuchus ocorreu no município de General Salgado, que fica a cerca \n de 560 quilômetros de São Paulo. \n Enquanto o Aplestosuchus sordidus faz parte do subgrupo dos \n baurussuquídeos, crocodilos carnívoros terrestres, a espécie encontrada \n em sua barriga pertence aos esfagessaurídeos, crocodilos menores \n onívoros ou herbívoros. \n O nome Aplestosuchus sordidus, que significa "abominável crocodilo \n guloso", faz referência ao conteúdo encontrado no estômago do animal. \n “Considero este um dos achados paleontológicos mais importantes \n realizados no país nos últimos anos, pois foi, em escala mundial, o \n primeiro registro confiável de conteúdo estomacal em crocodilos fósseis e\n a primeira evidência de predação entre diferentes espécies de \n crocodilos fósseis”, disse à Agência Fapesp o pesquisador Max Cardoso \n Langer, professor do Departamento de Biologia da USP de Ribeirão Preto. A\n descoberta foi o tema de mestrado de seu orientando, Pedro Lorena \n Godoy.