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01/09/2014 09:00:00
Conselheiro tricolor, advogado deixa caso de jovem que ofendeu Aranha
Quando a defesa de Patrícia Moreira sobre as injúrias raciais na Arena parecia encaminhada, uma reviravolta deixou dúvidas sobre o caso.

G1/LD

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Quando a defesa de Patrícia Moreira sobre as injúrias raciais na Arena\n parecia encaminhada, uma reviravolta deixou dúvidas sobre o caso. De acordo com\n a família da jovem, o advogado Guilherme Abrão informou que não poderia\n defender a torcedora flagrada por câmeras de TV chamando o goleiro Aranha, do\n Santos, de "macaco" no jogo na última quinta-feira, pela Copa do\n Brasil. Segundo o advogado, a decisão foi tomada de comum acordo.\n \n Guilherme Abrão é conselheiro do Grêmio desde 2013 e foi membro do Movimento\n Grêmio Independente (MGI), que na última segunda-feira lançou Homero Bellini\n Junior como candidato à presidência do clube no pleito que ocorrerá em 8 de\n outubro. Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com, o grupo político\n afirmou que o advogado deixou o MGI há seis meses.nbsp;\n \n Questionado pela reportagem sobre a saída do movimento, o advogado preferiu\n não responder. Em sua página no Twitter, Abrão descrevia em seu perfil como\n membro do conselho e do MGI. Após a família informar sobre a desistência,\n porém, ele apagou as informações das redes sociais.\n \n - Não falo mais do caso da Patrícia, que tenho certeza que será bem\n defendido por outro profissional.\n \n A família da jovem afirmou que Guilherme ligou e informou que "não\n poderia pegar o caso".\n \n Na manhã desta segunda-feira, o GloboEsporte.com entrevistou o advogado após\n ele se reunir com Patrícia e os familiares dela. Disse que esperava anexar até\n a tarde a defesa no inquérito policial, o que não irá mais acontecer.\n \n Na mesma entrevista, Abrão foi questionado sobre o vínculo com o Grêmio, e\n disse que a vivência dele no clube e a vida profissional eram coisas separadas,\n por isso não haveria interferência.\n \n - Eu estou conselheiro, e sou advogado. Não represento ela no Grêmio,\n represento ela num inquérito policial. Se tivesse algum problema, não advogaria\n - explicou ainda pela manhã.\n \n O GloboEsporte.com também entrou em contato com o MGI, que não quis se\n manifestar porque, segundo o movimento, Abrão não faz mais parte do movimento.\n O candidato do grupo à eleição presidencial do Grêmio, Homero Bellini, não quis\n falar sobre o caso. Já o advogado, questionado se ainda fazia parte do MGI,\n preferiu não responder. Disse apenas que não falaria mais sobre o episódio.\n \n Entenda o caso\n \n O incidente aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha\n reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de\n xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado\n por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.nbsp;
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\n A jovem foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada\n Militar. Era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de\n auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da\n torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais\n logo após a partida.
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\n O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de\n Porto Alegre na sexta-feira. No retorno a Santos, o camisa 1 evitou se\n pronunciar sobre o assunto. \n \n Jogo de volta suspenso\n \n As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro\n Aranha tiveram mais um desdobramento. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva\n (STJD) acatou pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo\n de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira, até que o caso seja\n julgado. No primeiro duelo das oitavas da Copa do Brasil, os paulistas bateram\n os gaúchos por 2 a 0.
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\n O julgamento ocorrerá na próxima quarta-feira. O Grêmio responderá por ato de\n discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel\n higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do\n Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G\n (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD.\n O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em\n campo três minutos após o horário previsto.
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