Fotos de dois adolescentes fumando cigarro de maconha chegaram ao\n conhecimento da polícia de Campo Grande, e eles vão responder por apologia às\n drogas. As imagens foram publicadas no último dia 28, nos perfis dos menores no\n Facebook, ganhando repercussão rapidamente por meio da rede social.\n \n De acordo com o delegado Maércio Alves Barbosa, da Deaijnbsp;(Delegacia\n Especializada no Atendimento à Infância e Juventude), as fotos foram tiradas na\n casa de um amigo dos adolescentes, que é traficante e vive na região do Bairro\n Tiradentes. Em uma das imagens, a dupla aparece segurando tabletes de maconha.\n “É possível ver nitidamente que houve consumo de entorpecentes”, explica o\n delegado.\n \n A publicação continha também frases que faziam alusão às sensações causadas\n pela droga. “Para que revelar minha situação, se o vermelho dos meus olhos\n revelam o verde da maconha”, dizia uma delas. Barbosa explica que o caso dos\n menores já foi concluído e será entregue à Justiça. O amigo que seria o\n fornecedor, identificado como “Careca”, por ser maior de idade, terá que\n prestar esclarecimentos à Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao\n Narcotráfico).\n \n Segundo o delegado, este fato reflete um grave problema social, que é o\n contato muito precoce de menores com traficantes. Para ele, muitos fatores\n contribuem para este cenário, tais quais a omissão de cuidado dos pais, que em\n boa parte dos casos, passam o dia fora trabalhando e dão pouca atenção aos\n filhos.\n \n “Este não é o único problema, mas é fato que os pais ficam fora por\n necessidade, pois precisam do trabalho. Enquanto isso, os menores têm mais\n liberdade pois ficam sozinhos, e podem fazer o que quiser com quem quiser. É\n preciso que haja mais fiscalização por parte dos pais, independente da\n situação”, explica.\n \n Outro ponto destacado pelo delegado da Deaij é que os debates constantes\n sobre a legalização da maconha causam nos adolescentes, ainda imaturos, a falsa\n sensação de liberdade, “de que não estão fazendo nada errado”. Para ele, este\n pode ser um caminho sem volta. “É o que temos visto por aí. Aliado à ausência\n dos pais e iludidos por campanhas de legalização e sem conhecer os riscos que\n estão correndo, os menores acabam entrando no mundo das drogas, iniciando com a\n maconha e, na maioria dos casos, partindo para tóxicos mais pesados”, avalia.\n \n “Isso é como uma luta. Outras drogas (crack,LSD e cocaína, por exemplo)\n nocauteiam o individuo rapidamente, já a maconha vence por pontos”, comenta ele\n fazendo uma analogia aos esportes de combate. “Assim, o usuário fica\n improdutivo, se tornando um parasita social que vive em busca do falso prazer proposto\n pela droga. Começa na adolescência, apresentando sinais como rebeldia,\n desempenho ruim na escola, e\n depois reflete na vida adulta”.