Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024
Geral
02/09/2014 09:00:00
À deriva por 5h, pai e filho fazem selfie antes de resgate em Belterra, PA
Um pai e um filho passaram cinco horas à espera de um resgate após sofrerem um naufrágio no Rio Tapajós, no fim da tarde de segunda-feira (1).

G1/AB

Imprimir
Foto: Antônio Ximenes de Aguiar
Um pai e um filho passaram cinco horas à espera de um resgate após sofrerem\n um naufrágio no Rio Tapajós, no fim da tarde de segunda-feira (1). De acordo\n com o comandante da Capitania Fluvial de Santarém, capitão Robson Oberdan, a\n lancha em que estavam afundou após uma ventania causada pelo mau tempo. Antônio\n Ximenes de Aguiar, de 41 anos, e Artur Rafael Ximenes de Aguiar, de 11 anos,\n ficaram à deriva em frente à praia de Maguari, no município de Belterra, oeste\n do Pará. Aguiar registrou o momento com um selfie e disse ter certeza de que\n sairia da situação.\n \n A foto mostra pai e filho com coletes salva-vidas, agarrados a objetos\n flutuantes. Aguiar disse que registrou o momento para depois compartilhar com\n amigos. "Senti vontade na hora. Fiz mais de uma foto com o pensamento de\n que iríamos nos salvar e compartilhar com os amigos pelo whatsapp quando\n saíssemos da água. A gente tentou não ficar apavorado. Eu sabia que uma hora,\n poderia ser de madrugada, mas íamos chegar até a beira [do rio]. Assim que\n ficou escuro, comecei a nadar e me guiei por uma estrela porque à noite é\n difícil se localizar. Eu sempre conversava com meu filho para ele ficar calmo e\n pedi para ele flutuar para não se cansar, e eu nadava. O medo dele era de que\n do outro lado tivesse jacaré".\n \n Segundo Aguiar, logo após a lancha afundar o filho ficou preso. “O meu filho\n ficou com a perna presa em uma fita da lancha, então eu segurei ele para não ir\n junto [para o fundo do rio]. O celular estava dentro de um vidro que não entra\n água. Aí o celular tocou e vi que funcionava naquela área. Liguei pra um colega\n e ele acionou a Marinha. Era muita água. Parecíamos um pontinho no meio do rio.\n É um dos lugares mais largos do Rio Tapajós. Nós estávamos uns oito quilômetros\n de distância da margem. Peguei tudo que flutuava e fui juntando. Tinha oito\n coletes na lancha. Dei um para o meu filho, coloquei um entre as pernas deles,\n usamos carotes [recipientes para armazenamento de combustíveis]”.\n \n Os dois saíram na embarcação da Vila de Alter do Chão e seguiam para a\n comunidade Amorim, em Belterra quando o incedente ocorreu. Utilizando o celular\n eles entraram em contato com um amigo que acionou o resgate, e com uma lanterna\n sinalizaram sobre os coletes para serem avistados pela equipe da Marinha. “A\n pequena embarcação naufragou por volta de 16h, então a capitania foi acionada\n pelo NIOP por volta de 18h. Às 21h nós conseguimos localizá-los bem no meio do\n rio, num trecho que a margem do rio tem cerca de 10 km de extensão. O celular\n ajudou no pedido de socorro e com a lanterna conseguimos identificar um ponto\n de luz na água, na escuridão”, conta.\n \n O resgate foi feito por dois militares da Marinha e um policial militar. Ao\n chegar à cidade, as vítimas não foram encaminhadas ao hospital, pois estavam\n conscientes. Ximenes sofreu apenas alguns ferimentos ocasionados pelo\n combustível que vazou do carote.\n \n Segundo o comandante Robson, um inquérito administrativo foi instaurado para\n apurar as causas do acidente. Dados sobre a embarcação e sobre habilitação do\n condutor serão levantados durante o inquérito.
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias