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Polícia
31/10/2014 09:44:00
Avó do menino Bernardo confirma à Justiça que a vítima sofria maus-tratos da família
Leandro e Graciele são acusados pela morte do garoto.

G1/LD

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A avó do menino Bernardo Boldrini, assassinado em abril na cidade gaúcha de Frederico Westphalen, disse nesta quinta-feira à Justiça de Santa Maria que ele sofria maus tratos por parte do pai, o médico Leandro Boldrini, e da madrasta, Graciele Ugulini. Jussara Uglione, de 73 anos, prestou depoimento no salão do júri do Fórum de Santa Maria como testemunha de acusação. Leandro e Graciele são acusados pela morte do garoto.

O depoimento foi conduzido pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada, da 1ª Vara Criminal. Jussara confirmou que uma babá de Bernardo contou que o seu neto não tinha a chave de casa, e que andava maltrapilho pelas ruas de Três Passos, onde morava com o pai e a madrasta, após a morte da mãe, em 2010. Também confirmou, por meio do relato da babá, que Graciele tentou sufocá-lo.

Bernardo, que morava com o pai, a madrasta, e uma meia-irmã, de um ano e três meses, foi morto no dia 4 de abril na cidade de Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de Três Passos, supostamente por uma injeção letal. A necropsia realizada na cidade em que o corpo foi encontrado não apontou a causa da morte.

O promotor Joel Dutra quis saber sobre a relação entre Jussara e o seu genro. A avó de Bernardo afirmou que nunca havia aprovado o namoro da filha.

“Ele nem me olhava. Após a morte da minha filha então (em 2010), a situação piorou muito. O Leandro me impedia de ver o Bernardo e, em uma das vezes em que estive no consultório dele, me deu um pontapé no tornozelo. Ele era médico e tinha poder na cidade”, disse ao promotor.

Ao final da audiência, o advogado da avó de Bernardo, Marlon Taborda, disse que o depoimento foi prejudicado devido à condição de saúde de Jussara, que foi internada há cerca de três semanas por problemas cardíacos. Ela recebeu alta na manhã de quarta-feira.

Nenhum dos quatro réus na ação e nem os advogados estiveram presente na audiência, que durou cerca de uma hora. O depoimento estava previsto para ocorrer no dia 16 de outubro, mas foi adiado porque Jussara esteve internada duas vezes nos últimos 15 dias.

Além de Leandro e Graciele, são réus na ação penal a assistente social Edelvânia Wirganovicz, e o irmão dela, Evandro. A partir de 26 de novembro, segundo a Justiça, começam as audiências no município de Três Passos, onde irão depor as testemunhas de defesa.

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