Domingo, 19 de Maio de 2024
Polícia
12/12/2023 09:52:00
DNA confirma que partes de corpo encontrado em rio são de jogador esquartejado

CGN/LD

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Exame de DNA confirmou que partes de corpo encontradas no Rio Iguatemi são do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19 anos, assassinado pela ex-namorada Rubia Joice de Oliver Luivisetto e o “ficante” dela Danilo Alves Vieira da Silva. O crime ocorreu na madrugada do dia 25 de junho, em Sete Quedas, distante 468 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com o advogado Carlos José Reis de Almeida, que atuará como assistente de acusação, na audiência de instrução sobre o caso, no dia 21 de janeiro de 2024, o material coletado para o confronto foi fornecido pelo irmão mais novo da vítima, Jean Skulny.

“O material foi coletado durante o andamento do inquérito, em seguida ao crime, depois que encontraram os restos mortais no rio”, informou.

A audiência que havia sido marcada para começar nesta terça-feira (12) e terminaria na quinta-feira foi adiada para os dias 21, 22 e 23 de janeiro. O juiz que julgaria o caso, Mateus da Silva Camelier, foi transferido para a comarca de Ribas do Rio Pardo. No lugar dele ficou designado de forma temporária o juiz Vinícius Pedrosa, que atua em Três Lagoas.

“O juiz entendeu que não dava tempo de se inteirar do processo, por se tratar de um caso complexo, por isso remarcou para janeiro”, esclareceu o advogado.

Entenda o caso -Na madrugada do dia 25 de junho, Hugo saiu de uma festa em posto de combustível na cidade de Pintoty Porã, no Paraguai, que faz fronteira com Sete Quedas. Na sequência, foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e, desde então, não foi mais visto. No domingo, 2 de julho, partes do corpo dele foram encontradas no Rio Iguatemi. Uma tatuagem ajudou na identificação da vítima.

Mas nem todas as partes do corpo foram localizadas. Em um primeiro momento, encontraram quadril, tronco e coxa. No dia 3 de julho, partes da cabeça foram encontradas.

Investigação - A investigação policial apontou que Rubia Joice de Oliver Luivisetto e o "ficante" Danilo Alves Vieira da Silva premeditaram o assassinato de Hugo Vinícius. Rubia foi coautora e Danilo quem matou o jogador a tiros. Depois, a vítima foi esquartejada com uma serra elétrica no local onde foi desovado.

Durante as investigações, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, apreendidos celulares, carros, barco, instrumentos cortantes e DVR.

Rubia narrou que na noite do dia 24 de junho, um sábado, foi para uma festa em posto de combustível na cidade de Pindoty Porã, a mesma onde Hugo foi visto pela última vez, e saiu de lá quase de manhã. Diz que passou a noite na mesma mesa de Danilo e o rapaz, quando estava de saída, pediu que ela fosse até a casa dele buscá-lo para que os dois passassem a noite juntos. Já estava quase amanhecendo quando ela decidiu deixar o local e foi até Danilo. Na casa do “ficante”, também estava Maninho.

Ouvido como testemunha, Maninho alegou que combinou de mentir em depoimento a pedido de Rubia Joice, mas se arrependeu com medo das consequências.

A jovem afirma, porém, que pegou Danilo, o amigo Maninho e todos seguiram para a casa dela. O rapaz foi para um dos quartos, enquanto ela e o “ficante” foram para outro. Em determinado momento, narrou a jovem, Hugo teria invadido a casa e entrado no quarto a chamando de vagabunda. Ela se levantou e tentou empurrá-lo para fora da residência, quando de repente, pelas suas costas, Danilo atirou contra Hugo.

Ela diz que o “ficante” mandou que todo mundo ficasse quieto ou todos morreriam e que, então, ele e o amigo colocaram o corpo no carro dela para se livrarem dele. Disse que não sabia o que havia sido feito do cadáver, muito menos do esquartejamento.

A moça afirmou ainda que não atraiu o ex-namorado para sua casa e que o fato de ele ter aparecido lá, se encontrando com Danilo armado, foi coincidência. A jovem acrescentou que o “ficante” não gostava de Hugo, pois sabia que o ex era ciumento e supostamente já havia agredido Rubia.

A ex-namorada contou ainda que foi para a chácara da avó e demorou relatar à família o que havia acontecido, também por medo. Ela só se apresentou à polícia na segunda-feira, depois que partes do corpo de Hugo começaram a ser encontradas.

Maninho -Já na versão de Maninho, ele estava dormindo quando ouviu discussão entre Danilo e Hugo e, logo em seguida, barulho de tiro. Ao sair para ver o que estava acontecendo, encontrou o jogador caído no chão, ainda respirando, e então perguntou a Rubia e ao “ficante” dela o que eles haviam feito.

Neste momento, a garota teria dito que ele não devia falar com ninguém e só fazer o que Danilo mandasse. O corpo de Hugo estava caído na porta da casa. Ainda de acordo com Maninho, Hugo ainda respirava quando Danilo decidiu colocá-lo no carro de Rubia e levar para o rio. Ele afirma que foi ameaçado pelo autor que estava armado e o ajudou a pegar a vítima pelas pernas e colocar no veículo da jovem.

Os dois seguiram até a propriedade rural, que seria do pai de Danilo e lá, o autor deu mais dois tiros na testa de Hugo. Em seguida, jogaram o corpo inteiro no rio. Maninho afirma que viu o cadáver da vítima desaparecer nas águas e que ele não estava esquartejado.

Rubia está presa e o amigo dela, Maninho, que teria testemunhado o assassinato, apesar de ter admitido que ajudou a “se livrar” do corpo do atleta, segue como colaborador da investigação, em liberdade.

Danilo foi preso no dia 16 de agosto, quase dois meses depois de matar Hugo. Ele foi encontrado a menos de 100 quilômetros de onde ocorreu o crime. O rapaz estava escondido em uma casa em Iguatemi, município distante cerca de 1 hora de Sete Quedas.

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