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Polícia
25/10/2016 19:12:00
Falso médico tenta aplicar golpe em familiares de pacientes internados em CTI
Três pessoas quase caíram no golpe. Hospital não quis se manifestar sobre o caso

CE/PCS

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Ao menos três pessoas foram vítimas de tentativa de golpe em que falso médico cobrava R$ 3.900 para realizar procedimento médico em familiares de pacientes internados no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital do Pênfigo, saída para Sidrolândia, em Campo Grande. Conforme relatos, o “médico” ligava no telefone celular de parentes dos pacientes pedindo que a quantia fosse depositada em conta bancária para que fosse aplicada medicação exclusiva.

O golpe foi descoberto quando a assistente social Laura Aparecida Arvelho Mendes, de 40 anos, que está com a mãe internada na unidade de saúde há mais de um mês, perguntou na recepção do hospital se poderia chamar o médico para que repassasse a ele o dinheiro da medicação. "Ele pediu que eu ligasse meia hora antes de chegar no hospital, mas mudei de ideia e resolvi entregar o dinheiro lá dentro", relatou.

“Na mesma hora a recepcionista me falou que era um golpe, que o hospital não fazia esse tipo de procedimento, que médico não ligava pedindo dinheiro e que era para eu registrar um boletim de ocorrência”, explicou Laura.

Ao Portal Correio do Estado, Laura contou que recebeu a ligação por volta das 14h de ontem (áudio da ligação no fim da reportagem), sendo que o horário de visita é das 16h às 16h30min. “Quando ele me ligou eu já achei que algo pior tinha acontecido. Fiquei nervosa, escutei o que ele disse e já fui providenciar o dinheiro. Nessas horas a gente não pensa direito. Só depois que fui analisar o que ele me disse”, relatou a assistente social.

Para Laura, “Dr. Paulo” disse que a paciente precisava tomar uma vacina para curar um tipo de leucemia causado por um vírus no sangue. “Foi aí que eu fiquei pensando, mas vírus não causa leucemia. Então descobri, conversando no hospital, que mais duas pessoas também receberam a ligação do falso médico”, avaliou.

Orientada a registrar boletim de ocorrência, Laura seguiu para a delegacia de polícia do bairro Tijuca, onde foi orientada a registrar a queixa na Depac do Piratininga. “Chegando lá os policiais me pediram para voltar outro dia, já que eu não tinha caído no golpe, pois a delegacia estava cheia e tinham casos mais urgentes para atenderem”, finalizou.

Na delegacia, Laura conheceu a segunda vítima, a analista de sistemas Arethusa Yule, de 40 anos. Com o avô internado no CTI há mais de um mês, Arethusa contou que desconfiou do golpe logo nos primeiros minutos de ligação.

“Ele ligou no celular da minha mãe, desconfiei da conversa e pedi para ele ligar no meu telefone, que tem aplicativo para gravar a conversa, aleguei que a ligação do meu aparelho era melhor. Deixei ele terminar de explicar tudo e falei que estava indo na agência sacar o dinheiro só para ganhar tempo, mas na verdade eu estava indo no hospital relatar o ocorrido”, reforçou.

No hospital, Arethusa ficou sabendo pela equipe administrativa que outras duas pessoas também haviam recebido a ligação do “Dr. Paulo”. “A terceira vítima foi um senhor de idade, não fiquei sabendo o conteúdo da conversa e nem o valor que foi cobrado dele, mas também recebeu a ligação do falso médico”, acrescentou.

Procurado pela equipe de reportagem, assessoria de comunicação do hospital informou que a diretoria não vai se pronunciar sobre a tentativa de golpe antes do término das investigações. Assessoria informou ainda que os funcionários do hospital são indicados a orientar familiares dos pacientes, assim que entram na unidade de saúde, para que, em casos como este, procurem a polícia.

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