Sexta-Feira, 3 de Maio de 2024
Polícia
02/02/2018 10:46:00
Homem baleado no Guanandi é agiota que denunciou Olarte no escândalo do cheque em branco
Ele acusa o ex-prefeito e aliados de oferecer áreas públicas e regularização de terrenos com impostos atrasados em troca de dinheiro de agiotagem

Top Mídia/PCS

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Salem Pereira Vieira, 36 anos, que foi baleado por cerca de sete tiros na manhã de hoje (2), no Bairro Guanandi, seria o agiota que ficou famoso por denunciar o ex-prefeito da Capital, Gilmar Olarte. Ele é um dos pivôs do escândalo nacional conhecido como 'Cheque em Branco'.

Segundo as primeiras informações policiais, Salem estava em um veículo Renault Logan, de cor preta, trafegando pela Jaime Ferreira Barbosa no sentido bairro/centro da via. O motorista de outro carro, que seria Volkswagen Voyage também de cor preta, teria 'fechado' Salém e passou a desferir vários tiros.

A princípio, a vítima foi atingida por cerca de sete disparos e, mesmo ferida, desceu do veículo e caminhou cerca de uma quadra, onde caiu em frente a uma escola infantil do bairro. Mesmo atingido por vários tiros, a vítima foi socorrida e encaminhada em estado grave para a Santa Casa.

O caso

De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), o grupo formado pelo ex-prefeito e amigos atuava “fazendo ofertas de ajuda política, empregos futuros e outras participações no executivo municipal” para obter “cheques bancários, que passaram a descontar com agiotas ou em factorings [compra de ativos financeiros], deixando sem fundos as respectivas contas bancárias, causando prejuízos aos seus titulares”.

Em depoimento, Salem afirmava que Ronan Feitosa - funcionário e amigo de Olarte - ofereceu áreas públicas, a regularização de terrenos com impostos atrasados e até mesmo empréstimos de um caminhão com caçamba da Secretaria Municipal de Obras como garantias para os empréstimos.

Os recursos seriam todos repassados a Gilmar Olarte, que teria se encontrado uma vez com o agiota, em frente a um banco localizado no Parque dos Poderes. Salem teria gravado imagens do esquema de corrupção com uma caneta espiã, tudo como uma forma de seguro em caso de calote e, quando os cheques começaram a voltar, somou um prejuízo de cerca de R$ 38 mil.

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