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Polícia
27/04/2015 16:50:00
Otero confessa, mas não entrega nomes de 10 políticos no esquema

CGNews/PCS

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Foto: Marcelo Calazans

O depoimento de Fabiano Otero Viana, suspeito de integrar esquema de extorsão e exploração sexual de menores, não acrescentou novidades ao caso.

Segundo o delegado responsável pelo caso na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Sérgio Lauretto, ele confessou o agenciamento de meninas para políticos e empresários, mas não revelou novos nomes. Segundo o advogado, Amilton Ferreira, ele deverá revelar nomes de 10 pessoas, sendo a maioria políticos, em possível delação premiada.

Com isso, conforme o delegado, o caso será fechado e encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual), encarregado de denunciar os envolvidos à Justiça.

Fabiano confirmou o recebimento do dinheiro e a participação do ex-vereador Robson Martins e o empresário Luciano Roberto Pageu no crime. Futuramente, se realmente for concedido o benefício da delação premiada ao preso, ele terá que apresentar dados que realmente incrementem o inquérito.

“Não basta chegar aqui e contar o que a gente já sabe. Ele terá que trazer outros fatos”, diz Lauretto. Até o momento, apenas o envolvimento do vereador Alceu Bueno (PSL) e do ex-deputado estadual Sérgio Assis (PSB) em encontros sexuais com adolescentes é conhecido.

Lista

Fabiano foi preso na casa da mãe por força de ordem judicial neste domingo (26), no bairro Santa Emília. Ao chegar à Depca para depor, o advogado dele, Amilton Ferreira, disse que o cliente apresentaria uma relação com dez novos nomes de pessoas que também estariam envolvidas no esquema, a maioria delas, vítima.

“Fica a cargo do delegado separar o joio do trigo”, explicou o advogado. Ele explica que por meio de perfis falsos em redes sociais, outras pessoas se passavam pelas adolescentes aliciadas e tentavam contato com os políticos. Muitos deles nem respondiam já imaginando que se tratava de algo ilícito, enquanto que outros chegaram até a estender a conversa.

O caso

O esquema passou a ser desvendado pela polícia a partir de um Boletim de Ocorrência, registrado pela mãe de uma das adolescentes, em Coxim. A menor foi encontrada dia 23 de março na casa de Fabiano, com outra menina de 15 anos, que revelou tudo a uma conselheira tutelar. Segundo a adolescente, ela saiu com o Alceu Bueno dias 21 e 22 de março.

Fabiano e Luciano teriam intermediado o encontro sexual que foi gravado. De posse das imagens, o grupo passou a extorquir o vereador para que o caso não se tornasse público. Cansado das chantagens e alegando inocência, Bueno denunciou às autoridades que prenderam Robson e Luciano enquanto eles recebiam R$ 15 mil junto ao vereador. Informações da polícia apontam que antes, a dupla já havia faturado cerca de R$ 100 mil com o esquema.

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