Quarta-Feira, 8 de Maio de 2024
Polícia
14/12/2023 13:58:00
Pai de bebê que caiu de prédio será indiciado por abandono material

CGN/LD

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O pai biológico da bebê de 4 meses que caiu de altura de 15 metros do Condomínio Residencial CH8, no Aero Rancho, será indiciado por abandono material, depois que a Polícia Civil constatou que ele não ajudava a custear as despesas da filha. A mesma implicação recairá sobre o pai das outras duas crianças, de 7 e 3 anos, irmãos da bebê.

A mãe das crianças, de 23 anos, auxiliar de serviços gerais da Feira Central, passou por audiência de custódia esta manhã e, em seguida, prestou depoimento na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

A delegada Nelly Macedo, adjunta da Depca, disse que a investigação levantou histórico de convivência da mulher com os filhos e a estrutura existente, e constatou que ela não tem rede de apoio para criação dos filhos.

“Os pais biológicos das crianças são completamente ausentes, inclusive, materialmente, e vão responder por abandono material; eles não estão ajudando essa mãe a arcar não só com a criação, mas, também, financeiramente com os filhos”, disse Nelly. O pai da bebê, por exemplo, só visitou a filha três vezes desde o nascimento.

Os homens vão ser interrogados pela Polícia Civil e ainda podem responder por abandono de incapaz.

Sobrecarga – Em depoimento à Polícia Civil, a mulher disse que estava de licença-maternidade e voltaria ao trabalho amanhã. Durante esse tempo, cuidou dos três filhos, mas diz que teve que tirar a filha de 7 anos da escola por problemas no horário.

A menina estava matriculada no 1º ano da Escola Municipal Professora Maria Lúcia Passarelli e deixou de frequentar as aulas desde novembro, fato que foi denunciado ao Conselho Tutelar. A mãe disse que pediu a transferência da filha para o período da tarde, para casar com horário de trabalho, das 13h à 0h. Porém, segundo a mulher, teve o pedido negado.

Segundo a delegada, foi confirmado que a mulher havia contratado babá que começaria a trabalhar a partir da semana que vem.

Guarda – Depois de prestar depoimento, a mulher saiu sem falar com a imprensa. O advogado Alfio Leão, que a representa, disse que a guarda das crianças foi mantida com a mãe. “Isso aí é direito resguardado”.

A mulher foi para a Santa Casa para ver a filha e encontrar a mãe biológica, que veio de Ponta Porã depois do incidente ocorrido no Aero Rancho. A informação preliminar, conforme o advogado, é que a bebê não corre mais risco de morte.

Depois, a mulher vai ao Conselho Tutelar para falar da situação dos outros dois filhos e buscá-lo no abrigo.

Em depoimento, a mulher reafirmou o que havia dito durante audiência de custódia, a que saiu de casa por prazo de 15 a 20 minutos para pagar conta, empréstimo que havia feito com colega que mora próximo. Nesse tempo, garante que deixou o bebê dormindo e os outros dois filhos alimentados.

Sobre a falta de telas na janela, Leão conta que a renda dela é de R$ 1,3 mil e priorizava pagar as contas e comprar alimentos para os filhos e, por isso, não conseguiu instalar a proteção.

“Não é questão de abandono, não é questão de desprezo, porque, durante o dia de ontem, eu recebi várias mensagens e ligações de vizinhos elogiando conduta dela como boa mãe, com boa cuidadora e que nunca abandonou as crianças, foi uma fatalidade”, afirmou o advogado.

Agora, o advogado diz que entrará com pedido de pensão alimentícia e irá entrar com pedido, via MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), para que sejam acionados os órgãos de assistência social.

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