Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
Polícia
22/05/2017 17:00:00
Sargento diz que atirou em legítima defesa, mas não convence delegado de Coxim

Sheila Forato

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Foto: Sheila Forato

A versão de legítima defesa apresentada pelo sargento do Exército, Gladyston Pinheiro, de 23 anos, na noite deste domingo (21), não convenceu o delegado de Coxim, Gustavo Mussi, que lavrou o flagrante de tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.

Conforme o delegado, Pinheiro disse que estava indo embora, acompanhado da namorada e de um amigo, que também é militar, quando se depararam com o assessor parlamentar, Marcilon Marçal, de 33 anos, no meio da via, na redondeza de uma boate no centro de Coxim.

O sargento disse que foi manobrar o carro quando o assessor perguntou por que ele estava rindo, ele respondeu que não estava rindo de Marçal, que teria partido para cima dele, fazendo movimento como se fosse pegar uma arma na cintura. Foi quando Pinheiro pegou o revólver e resolveu atirar para cima. De acordo com a versão do sargento, o trio deixou o local sem saber que Pinheiro tinha acertado a vítima.

As duas testemunhas do sargento tentaram contar a mesma história para a polícia, mas entraram em contradições em vários detalhes, que acabaram derrubando essa versão. Para o delegado, ouvir a vítima, que está internada em Campo Grande, vai ser fundamental para fechar o caso, mas, isso só vai ser possível nos próximos dias, pois o assessor passou por cirurgia e terá de fazer outra dentro de 10 dias.

Marçal foi alvejado com um tiro de revólver calibre 38 na boca, depois dos envolvidos saírem do bar de uma boate, na madrugada de domingo (21). A bala acertou a mandíbula, que ficou estilhaçada, e se alojou no pescoço, próximo a cervical. Para remoção do projétil e início da reconstrução da mandíbula, o assessor parlamentar teve de ficar 7 horas numa mesa de cirurgia na Santa Casa de Campo Grande.

Além das duas testemunhas do sargento, Mussi ouviu outras seis testemunhas, que também confrontam a versão de Pinheiro. O delegado também requisitou a bala removida da vítima, que já está em posse da Polícia Civil para exame de balística. Já o revólver de calibre 38 foi apreendido com cinco projéteis intactos e um deflagrado. O jovem sargento tinha registro da arma, mas não tinha porte.

Nesta terça-feira (23), Pinheiro será submetido a audiência de custódia, que vai determinar se ele continua preso ou não.

Foto: Sheila Forato
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