\n \n Nenhum\n policial militar sai de sua casa para o trabalho - ou para qualquer atividade\n social - com a intenção de matar uma pessoa. No entanto, mesmo de folga, é\n obrigado a agir em defesa dos cidadãos quando estão em perigo iminente. Na\n contramão de toda essa devoção a segurança pública, estão os oportunistas de\n plantão e algumas entidades e instituições que só defendem os bandidos que\n aterrorizam o povo.\n \n Incrível\n é que os marginais que assaltavam a lotérica, em plena luz do dia e na frente\n de dezenas de pessoas, agindo com violência contra um funcionário, ainda\n encontrem proteção de pessoas que ocupam cargo público eletivo. Enquanto isso,\n o policial militar, que em defesa da sociedade agiu no “Estrito Cumprimento de\n Dever Legal”, não recebe por parte do representante o reconhecimento legal do\n Estado.\n \n Na\n realidade, quem matou os marginais foi o Estado. Podemos elencar uma série de\n fatores que, de maneira direta, culminaram na morte desses bandidos: o aumento\n da população, da miséria, a falta de presídios, de políticas públicas para\n inserção dos jovens no mercado de trabalho e a falta de um ensino público de\n qualidade. Tudo isso é fruto da incompetência do Estado (Executivo, Legislativo\n e Judiciário), incapazes de administrar o bem público e proporcionar\n oportunidades para a população.\n \n Apesar\n da hipocrisia praticada por parte da imprensa e das comissões de direitos\n humanos, que só fazem massacrar nossos policiais nessa hora, a maioria da\n sociedade apoia a corporação. Principalmente quem mora longe do centro da\n cidade e não tem a mesma atenção do poder público, de quem vive nos bairros\n nobres.\n \n A\n maioria da população apoia, mas por quê? Está cansada de violência e de ficar\n presa em casa, enquanto os bandidos seguem soltos nas ruas. Já as autoridades\n políticas andam escoltadas, moram em condomínios fechados, e pagam segurança\n particular para proteger suas famílias.\n \n Não\n quero, em hipótese alguma, afirmar que ‘bandido bom é bandido morto’. A polícia\n busca sempre preservar a vida em primeiro lugar. Se não fosse isso, os\n presídios não estariam superlotados. Mas nesse caso, a bem da sociedade,\n ‘bandido bom foi bandido morto’. Porque as vidas das pessoas de bem foram\n preservadas e a justiça foi feita em nome do Estado.\n \n (*)nbsp;Cláudio\n Souza, vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e\n Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul\n \n \n \n \n