Quinta-Feira, 1 de Maio de 2025
Meio Ambiente
23/09/2013 09:00:00
Artigo: Quando o patrimônio supera a renda
(*) Daniel Ávila é empresário e diretor da Vérios Investimentos e do site www.comparacaodefundos.com

Daniel Ávila*

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\n \n Dois\n dados muito simples podem revelar muito sobre o momento financeiro do cidadão:\n patrimônio e renda. As necessidades são muito parecidas, variando de acordo com\n o momento de vida. As perguntas mais usuais são: Como melhorar o desempenho das\n aplicações pessoais? Como ter uma rentabilidade justa? Onde encontrar um\n interlocutor qualificado para falar sobre finanças e planejamento patrimonial?\n \n Para\n aqueles entre 30 e 45 anos, é nítido como a renda mensal é muito mais\n importante que o patrimônio, ainda em construção. As economias acumuladas já\n correspondem a algumas vezes o ganho do mês, mas a manutenção ou aumento da\n renda ainda é o grande objetivo.\n \n Entre\n os 45 e 55 anos, esta linha é muito tênue. Nesta fase, já foi adquirido o\n imóvel que provavelmente será a moradia por muitos anos, o cargo na empresa já\n é de direção ou o próprio negócio já passou a ser lucrativo e os filhos estão\n entrando na faculdade e começando suas carreiras. Neste momento, os dilemas\n começam a ficar mais presentes e a preocupação com o futuro financeiro começa a\n incomodar.\n \n A\n partir dos 55 anos é quando normalmente a balança se inverte. Os filhos já\n começam a se tornar financeiramente independentes, os pais já passaram por\n quase 20 anos de economia de um bom salário, bônus ou dividendos e rentabilidade,\n fazendo com que o patrimônio passe a ser mais importante que a renda mensal.\n \n Nesta\n etapa, muitos profissionais já começam a se programar para, na próxima década,\n deixarem as empresas onde fizeram carreira ou sair do operacional das empresas que\n construíram e planejam como será a vida com uma rotina mais tranquila, mas com\n muito conhecimento acumulado. Uns se dedicam somente a gerenciar os bens da\n família e o patrimônio pessoal; outros prestam consultoria e conseguem uma\n geração contínua de renda. E os mais aventureiros, os incansáveis, envolvem-se\n em novos empreendimentos, engajando- se em novos projetos e negócios.\n \n Falamos\n isto não por tese ou hipótese, mas porque já ouvimos cada uma dessas histórias\n relatadas diariamente pelo público que busca orientação financeira na internet.\n A possibilidade de divulgar informações de maneira rápida, transparente e\n barata deveria provocar uma reflexão sobre o mercado de investimentos. Há uma\n grande parte das classes A e B, absolutamente desatendida no segmento de\n planejamento patrimonial.\n \n Não\n é raro encontrar investidores que conhecem mais de gestão de portfólio que o\n próprio assessor de investimentos. E grande parte do problema está na\n expectativa para o atendimento pessoal que oferecem nas áreas de alta renda dos\n bancos de varejo ou em muitos “family offices”. Neste momento em que o\n patrimônio é a garantia da manutenção do padrão de vida dessas famílias, esse\n atendimento insatisfatório carrega uma certa ironia e causa muita preocupação.\n \n É\n uma ironia pois este é o público que pode pagar por um bom restaurante e ser\n bem atendido. É o público que compra um carro de acordo com seus desejos e fica\n satisfeito, pois pode pagar pelo modelo adequado ao seu grau de exigência. É um\n público que paga um pouco mais caro e se hospeda em hotéis de melhor qualidade.\n Porém, esse público não encontra a mesma comodidade no setor financeiro,\n justamente o setor de serviços que deveria ajudá-lo a manter o padrão de vida.\n \n E\n qual o traço comum entre todos estes investidores? São pessoas que nunca\n negligenciaram o conhecimento e o trabalho: são mais exigentes que a média, em\n vários aspectos. Por isso ficam frustrados ao encontrar um profissional cuja\n qualidade dos trajes é inversamente proporcional ao conhecimento.\n \n Este\n público valorizou estudos e trabalho, até conquistar uma posição de destaque na\n carreira ou no próprio negócio. É para estes clientes que o sistema de\n atendimento para investimentos não está resolvido. Para aqueles cujo patrimônio\n já é ou será a garantia de um padrão de vida estável e bem administrado.\n \n Trata-se\n de um público altamente exigente, cuja relação patrimônio/renda passa a ser o\n principal foco de atenção e para o qual o modelo vigente não oferece um\n atendimento qualificado, simplesmente por não existir profissionais suficientes\n para suprir esta demanda. E ainda que existissem, o custo inviabilizaria o\n negócio. Não seria possível construir uma nova indústria de serviços com os\n valores e os métodos do passado, como a excessiva pessoalidade do atendimento.\n \n Um\n dos caminhos possíveis é desenvolver soluções e processos baseados na internet,\n que ofereçam informação clara e objetiva sobre este mercado. Os termos, as\n variáveis e implicações das decisões financeiras precisam ser desmistificados,\n precisam entrar no cotidiano das famílias. Pois quando o patrimônio passa a ser\n mais relevante que a própria renda, e os anos de trabalho passados precisam\n suportar os anos vindouros de aposentadoria, estamos diante de uma nova\n necessidade e de um novo mercado. Essa não é mais uma realidade de poucos.\n \n (*)\n Daniel Ávila é empresário e diretor da Vérios Investimentos e do site\n www.comparacaodefundos.com\n \n \n \n \n
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