Brasil
05/09/2012 09:00:00
Brasil perde apenas para Estados Unidos em usuários de cocaína e crack
Foram 2,8 milhões de consumidores no país, contra 4,1 milhões registrados pelo primeiro colocado, segundo a pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada hoje (5), na capital paulista.
Agencia Brasil/PCS
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\n \n O\n Brasil perdeu apenas para os Estados Unidos em número de usuários de cocaína em\n pó e crackno ano de 2011. Foram 2,8 milhões de consumidores no país, contra 4,1\n milhões registrados pelo primeiro colocado, segundo a pesquisa do Instituto\n Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad) da\n Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgada hoje (5), na capital\n paulista. \n \n Quando\n as duas drogas são consideradas isoladamente, de acordo com a pesquisa, o\n Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína. Os\n resultados do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) foram publicados\n na página do Inpad na internet. \n \n Segundo\n o médico Ronaldo Laranjeira, organizador do estudo, enquanto os países\n desenvolvidos diminuem o consumo da droga, os emergentes como o Brasil estão na\n contramão, elevando o número de usuários. Isso mostra que temos uma rede de\n tráfico no Brasil inteiro que sustenta quase 3 milhões de usuários de cocaína\n ecrack, disse. \n \n No\n ano passado, o consumo da cocaína intranasal (cheirada) foi mais elevado que a\n pulmonar (crack e oxi), com 2,3 milhões de usuários adultos e 226 mil\n adolescentes. Na forma de crack e oxi, o número de usuários foi de 1 milhão de adultos\n e 18 mil adolescentes. De acordo com o levantamento, 17% do total de usuários\n consumiram os dois tipos de droga. \n \n Apesar\n de o número dos usuários de crack ser inferior ao da cocaína intranasal, esse é\n o público que mais preocupa o médico. É a população que tradicionalmente tem\n uma mortalidade maior. Com certeza, 1 milhão de usuários de crack é problema\n muito mais preocupante que [cerca de] 2 milhões de usuários de cocaína, disse\n Laranjeira. \n \n De\n acordo com o estudo, 27% dos usuários dos dois tipos de cocaína em pó, de uso\n nasal, e em pedra, fumada - consumiram a droga todos os dias ou ao menos duas\n vezes por semana, no ano passado. Quase metade (48%) foi identificada como\n dependente químico, mas apenas 30% deles disseram ter a intenção de interromper\n o uso. \n \n Outro\n ponto preocupante abordado pelo relatório foi a idade de iniciação. Os usuários\n que experimentaram cocaína antes dos 18 anos de idade são quase metade (45%).\n Além da iniciação precoce, o acesso à droga também é facilitado, pois 78% deles\n consideraram fácil encontrar o produto. \n \n A\n busca pelo tratamento entre os usuários de cocaína e crack, além disso,\n mostrou-se baixo, menos de 10%.O acesso é muito difícil no Brasil e a\n qualidade do tratamento é muito precária. Então, é isso que a gente tem que\n mudar, nós temos que criar um sistema que realmente funcione, disse\n Laranjeira. \n \n Segundo\n o estudo, quase metade dos usuários de crack e cocaína está concentrada no\n Sudeste (46%). Para Laranjeira, isso comprova que relacionar uso dessas drogas\n com a pobreza é ingenuidade. A droga segue o dinheiro", disse o médico. \n \n \n \n Para\n Laranjeira, o alto índice de usuários do Nordeste (25%) mostra que a melhora\n das condições sociais da região tenha trazido como consequência o aumento do\n consumo de cocaína e crack. "Os países onde mais se consume droga são os\n que têm mais dinheiro. Não é à toa que os Estados Unidos são o primeiro\n mercado, completou.
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