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Brasil
18/04/2016 19:03:00
Deputada dedica voto pelo impeachment ao marido... preso no dia seguinte pela PF
Raquel Muniz (PSD-MG) elogiou a gestão do marido, prefeito de Montes Claros e cujo envolvimento é apontado em esquema de corrupção

Veja/PCS

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Ruy Adriano Borges Muniz, prefeito de Montes Claros (MG) (Foto: montesclaros.mg.gov.br/Reprodução)

O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB-MG), foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira em Brasília. No domingo, a mulher dele, deputada Raquel Muniz (PSD-MG), votou sim pela admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff e citou seu marido como exemplo de gestão. Em seu discurso, a deputada disse que o Brasil tem jeito e "o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão".

A operação Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde deflagrada pela Polícia Federal deve cumprir mandados de busca e apreensão na prefeitura, secretaria de saúde e na casa dos envolvidos no esquema. De acordo com o delegado da PF Marcelo Freitas, a secretária de saúde Ana Paula Nascimento também foi presa.

A operação deve cumprir oito mandados judiciais: quatro mandados de busca e apreensão, dois mandados de busca pessoal e dois mandados de prisão preventiva que já foram cumpridos nesta manhã.

Segundo as investigações, os alvos valeram-se de meios fraudulentos para prejudicar os hospitais locais - Hospital Universitário Clemente Faria e Santa Casa de Misericórdia, Fundação Aroldo Tourinho e Fundação Dilson Godinho - localizados em Montes Claros. Em outubro de 2015, eles retiraram cerca de 26.000 consultas especializadas e 11.000 exames dos hospitais municipais, causando graves prejuízos à população que dependem dos serviços.

Com isso, pretendiam favorecer o hospital privado Clínicas Mario Ribeiro da Silveira (Âmbar Saúde) pertencente e gerido pelo prefeito municipal e seus familiares. De acordo com a PF, o prefeito de Montes Claros vem utilizando indevidamente verbas públicas e tem divulgado campanha difamatória contra os hospitais públicos e filantrópicos da cidade.

Os presos na operação Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde responderão pelos crimes de falsidade ideológica, dispensa indevida de licitação pública e peculato. Se condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos.

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