Folha/PCS
ImprimirO ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), mandou para a Justiça Federal do Paraná os trechos da delação do marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, que tratam do uso de caixa dois nas campanhas de Dilma Rousseff, em 2010 e 2014.
João Santana foi responsável pelo marketing nas duas vitórias da petista.
Dessa forma, investigações sobre o caso vão ficar sob os cuidados do juiz Sérgio Moro.
Fachin suspendeu nesta quinta-feira (11) o sigilo dos depoimentos do casal e do funcionário André Santana.
Outras citações da delação, envolvendo políticos sem foro privilegiado, também foram enviadas ao Paraná.
As citações relativas a cinco parlamentares com prerrogativa de foro no Supremo serão juntadas a outras investigações já em andamento ou serão alvos de pedidos de novos inquéritos.
Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Marta Suplicy (PMDB-SP), e os deputados federais Vander Loubet (PT-MS) e Zeca do PT (PT-MS) foram citados pelos delatores participando do esquema de propina.
No caso dos deputados, o ministro Fachin abriu vista para a PGR (Procuradoria-Geral da República) decidir se pede ou não a abertura de inquérito.
Já no caso dos senadores, as citações foram juntadas a outros procedimentos em andamento no STF – como pedido de abertura de inquérito já aberto.
Outro caso pode ficar no Supremo: sobre o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG). Ele e o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), foram citados em esquema de corrupção.
Mas, ao encaminhar o pedido, a PGR solicitou a remessa dessa ação para o STJ (Superior Tribunal de Justiça), corte que julga os governadores. No entanto, como Ananias é deputado federal – cujo foro é o STF – a investigação deveria permanecer no Supremo.
No total, a PGR apresentou ao Supremo 19 termos de colaboração de Mônica Moura, dez de João santana e quatro de André Santana, funcionário do casal.