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ImprimirO ex-presidente Lula aproveitou que estava cara a cara com o juiz Sergio Moro e tratou de várias questões familiares. A primeira a ser abordada foi o caso dos iPads dos netos que estão apreendidos pela Polícia Federal desde o ano passado.
"Determine que a Polícia Federal devolva os Ipads dos meus netos. É uma vergonha, iPad de neto de 5 anos. Está desde março do ano passado."
Os equipamentos foram apreendidos no dia da condução coercitiva do ex-presidente, em 4 de março de 2016. Os agentes tinham mandado de busca e apreensão a cumprir na casa de familiares de Lula. Estava previsto recolher qualquer eletrônico.
Sergio Moro disse que bastava pedir, mas o ex-presidente falou que não adiantou. O petista ainda reclamou da forma como os agentes entraram na casa dos filhos. Declarou que quebraram portas e portões. O advogado de defesa, Cristiano Zanini, acrescentou que havia manifestação no processo. O depoimento prosseguiu.
Durante as declarações finais, Lula voltou a falar sobre seus netos, ainda reclamou que a divulgação de acusações contra ele afetou sua família, em especial as crianças. "Nunca ninguém que me acusou respeitou que netos meus, de cinco anos, estão na escola e que sofrem bullying todo santo dia".
Reclamação
Lula ainda reclamou do vazamento de conversas dele com Marisa Letícia e da mulher com um filho. "O senhor sabe da minha mágoa profunda do vazamento das conversas com a minha mulher e dela com os filhos dela. Profunda a minha mágoa".
O ex-presidente se irritou na ocasião porque Lulinha e Marisa Letícia conversaram por telefone após um panelaço em São Bernardo do Campo promovido contra o PT. Irritada, ela afirmou que era uma manifestação de coxinhas e usou um palavrão. "Devia enfiar essas panelas no c...".
Moro se defendeu dizendo que havia elementos probatórios e um dia podia explicar a situação a Lula.
"O senhor, sem querer, entrou nesse processo [de vazamentos]", disse o ex-presidente ao juiz no final do interrogatório. "O vazamento de conversas da minha mulher e dela com meus filhos, foi o senhor que autorizou", pontuou. "Eu não tinha o direito de ter minha casa molestada sem que eu fosse intimado para uma audiência, doutor".