\n \n Integrantes\n do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) apontam o subsecretário da\n Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Ari Pereira, como o autor de\n disparos efetuados na manhã desta terça-feira (10) na sede do órgão, em Salvador\n durante um protesto.\n \n A\n mobilização ocorre para pedir ao Governo do Estado agilidade nas investigações\n sobre a morte de um integrante do MST no município de Iguaí.\n \n Por\n volta das 8h30 desta terça, o clima ficou tenso no local, quando parte dos\n manifestantes entrou no prédio com facões e tentou subir até as salas, informou\n a assessoria da SSP-BA. Tiros de arma de fogo foram disparados e uma marca pode\n ser vista na entrada do prédio da Secretaria.\n \n A\n assessoria de imprensa do órgão confirmou ao G1 que o tiro foi disparado por um\n funcionário da casa, mas não associou o ocorrido ao subsecretário. Ninguém\n ficou ferido. \n \n "Viemos\n de forma pacífica. Ao chegar na porta do prédio, o subsecretário de Segurança\n Pública da Bahia deflagrou três tiros contra os manifestantes. Não houve\n invasão. Nós chegamos até a porta do prédio", afirmou Valber Rubens\n Santos, integrante do MST, em entrevista à TV Bahia.nbsp;\n \n Os\n integrantes do movimento mostraram uma foto em que o subsecretário aparece com\n uma arma em punho. "Estamos em frente à Secretaria para pedir\n esclarecimento do assassinato do companheiro Fábio dos Santos em abril deste\n ano. Após cinco meses, a Polícia Civil não esclareceu o assassinato e nós\n sabemos que foi mando de um fazendeiro da região. Vamos acampar em frente à\n Secretaria por tempo indeterminado", afirmou Márcio Matos, do MST, durante\n a manhã.\n \n De\n acordo com a equipe da 82ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM),\n que atua no local, o protesto começou às 7h45. Os servidores da Secretaria\n tiveram que entrar pelo fundo do prédio para trabalhar.\n \n Procurada\n pelo G1,\n a assessoria da SSP-BA informou que o órgão já entrou em contato com a Polícia\n Civil para saber como está o andamento do inquérito que investiga a morte.\n \n Reação
\n Em nota, a Secretaria afirmou que os manifestantes ocuparam o térreo do prédio\n e, "após tentarem tomar a arma de um soldado da guarda, já iam subir as\n escadas de acesso aos outros pavimentos, quando foram impedidos por um disparo\n de advertência".\n \n De\n acordo com a divulgação, a ação foi rápida e fez os manifestantes recuarem,\n "o que garantiu a integridade dos servidores, que já começavam a chegar ao\n trabalho, e das instalações do prédio". O órgão se mostrou aberto ao\n diálogo com os integrantes da mobilização.\n \n Acampamento
\n Na segunda-feira (9), integrantes do movimento ocuparam a área externa da sede\n do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), também no CAB.\n Eles montaram acampamento em barracas. De acordo com Luis Carlos Ferreira, da\n direção estadual do MST, o protesto é para pedir uma política de reforma\n agrária no Brasil e na Bahia. Ferreira afirma que atualmente a situação no\n campo, no estado, é conflituosa, o que tem gerado até mortes em algumas\n regiões. "O governo não consegue ter uma política de reforma agrária tanto\n no Brasil, como no estado da Bahia, e a situação no campo é conflituosa.\n Ultimamente, nós perdemos um companheiro que foi vítima da luta pela terra, na\n cidade de Iguaí. Ele foi morto por pistoleiros, e agora, recentemente, em\n Antas, na Bahia, um grupo de pistoleiros ocuparam de forma violenta uma\n fazenda. Nós estamos aqui nesse sentido, porque nós estamos querendo\n resposta", disse.\n \n Segundo\n Luis Carlos Ferreira, integrantes do MST esperam receber a posse de mais 20\n áreas que já estariam ajuizadas. "Estão prontas para serem emitidas as posses\n e a Justiça Federal não consegue também emitir a posse dessas áreas. O pessoal\n tá aqui nada mais reivindicando aquilo que é um direito seu e a gente vê que\n está parado. Nós estamos vivendo uma situação de comodismo, o campo está\n parado, as políticas públicas não chegam até os agricultores para fomentar a\n sua produção. É uma situação que não tem outro meio a não ser os trabalhadores\n deixarem sua roça, deixar sua família, e vir reivindicar aqui do governo\n federal e do governo estadual agilidade no processo de reforma agrária",\n afirmou o integrante do MST.\n \n O\n Incra, por meio da assessora de imprensa, aponta que a pauta de reivindicações\n do MST será recebida pela Superintendência Regional. O superintendente Luiz\n Gugé marcou uma reunião com os representantes para as 17h desta segunda.\n \n Segundo\n o Incra, as demandas apresentadas pelo grupo serão analisadas pelas divisões da\n autarquia e um novo encontro será agendado para tratar dos assuntos. O Incra\n estima que cerca de mil pessoas estejam acampados na sede.\n \n \n