Brasil
10/10/2012 07:49:42
Preso federal custa mais que o dobro que universitário
O preso federal custa R$ 3.312 por mês, enquanto um aluno de uma faculdade pública requer, em média, R$ 1.498 para ser mantido no mesmo período.
R7/LD
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\n \n O\n custo de um preso em uma penitenciária federal supera em até 120% o valor médio\n de um aluno do ensino superior público no Brasil, segundo levantamento do R7 com base em\n informações do Depen (Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da\n Justiça) e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais\n Anísio Teixeira, no levantamentonbsp;Investimentos por Aluno por Nível de\n Ensino- Valores Nominais).
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\n O preso federal custa R$ 3.312 por mês, enquanto um aluno de uma faculdade\n pública requer, em média, R$ 1.498 para ser mantido no mesmo período. Para o\n jurista Luiz Flávio Gomes, essa discrepância aponta um problema estrutural.
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\n [A diferença nos valores] reflete o erro histórico do nosso País, que adota\n políticas repressivas no lugar de políticas de prevenção da violência. A\n mentalidade brasileira é repressiva. A população é iludida com esta sensação de\n segurança.\n \n O\n professornbsp;da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Pretonbsp;José\n Marcelino de Rezende Pintonbsp;também acredita que o investimento é feito da\n maneira errada.
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\n É uma total inversão de prioridades. Uma educação de baixa qualidade\n obviamente deixa o jovem sem horizonte, despreparado. O jovem não vê\n alternativa. Aí, de outro lado, você tem um apelo muito forte com a questão das\n drogas.
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\n Vale lembrar que o sistema penitenciário federal tem algumas particularidades\n em relação aos presídios estaduais, como maior segurança e celas completamente\n individuais. O tipo de construção, quantidade e treinamento diferenciado dos\n funcionários também interferem nesse processo.nbsp;\n \n Além do custo do\n preso federal, o Depen tem também uma estimativa de que o preso estadual\n custanbsp;R$ 1.800, valor que varia de acordo com a unidade e o Estado. Ainda\n assim, o custo do preso estadual é maior que o gasto com o universitário.nbsp;
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\n Gomes explica que nem penas menores nem punições menos severas resolveriam o\n problema. Uma solução, segundo ele, seria o Estado pensar e colocar em prática\n uma política da prevenção da violência.
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\n O povo continua cada vez menos preparado para a vida e para a\n competitividade. O brasileiro é pouco competitivo por falta de educação. No\n lugar de construir presídios, nós tínhamos de construir escolas.
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\n O Brasil terminou 2011 com 514.582 presos, o que significa dizer que há 269,79\n detidos para cada 100 mil habitantes.
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\n O professor José Marcelino também relembra que há um apelo muito negativo nesta\n troca de valores.
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\n É o barato que sai caro. Você economiza naquilo que de fato você sabe que dá\n resultado, que é a educação, e aí gasta naquilo que você sabe que não dá\n resultado, que é pôr as pessoas na cadeia.nbsp;
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\n O levantamento feito pelo Inep não leva em conta gastos como reformas e\n aposentadorias, que, neste caso, caberia à Previdência. Se esses custos fossem\n considerados, poderiam perder o caráter de investimento direto, uma vez que o\n funcionalismo e as estruturas das secretarias de ensino não necessariamente\n refletem no valor de cada aluno.\n \n \n \n \n
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\n O preso federal custa R$ 3.312 por mês, enquanto um aluno de uma faculdade\n pública requer, em média, R$ 1.498 para ser mantido no mesmo período. Para o\n jurista Luiz Flávio Gomes, essa discrepância aponta um problema estrutural.
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\n [A diferença nos valores] reflete o erro histórico do nosso País, que adota\n políticas repressivas no lugar de políticas de prevenção da violência. A\n mentalidade brasileira é repressiva. A população é iludida com esta sensação de\n segurança.\n \n O\n professornbsp;da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Pretonbsp;José\n Marcelino de Rezende Pintonbsp;também acredita que o investimento é feito da\n maneira errada.
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\n É uma total inversão de prioridades. Uma educação de baixa qualidade\n obviamente deixa o jovem sem horizonte, despreparado. O jovem não vê\n alternativa. Aí, de outro lado, você tem um apelo muito forte com a questão das\n drogas.
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\n Vale lembrar que o sistema penitenciário federal tem algumas particularidades\n em relação aos presídios estaduais, como maior segurança e celas completamente\n individuais. O tipo de construção, quantidade e treinamento diferenciado dos\n funcionários também interferem nesse processo.nbsp;\n \n Além do custo do\n preso federal, o Depen tem também uma estimativa de que o preso estadual\n custanbsp;R$ 1.800, valor que varia de acordo com a unidade e o Estado. Ainda\n assim, o custo do preso estadual é maior que o gasto com o universitário.nbsp;
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\n Gomes explica que nem penas menores nem punições menos severas resolveriam o\n problema. Uma solução, segundo ele, seria o Estado pensar e colocar em prática\n uma política da prevenção da violência.
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\n O povo continua cada vez menos preparado para a vida e para a\n competitividade. O brasileiro é pouco competitivo por falta de educação. No\n lugar de construir presídios, nós tínhamos de construir escolas.
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\n O Brasil terminou 2011 com 514.582 presos, o que significa dizer que há 269,79\n detidos para cada 100 mil habitantes.
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\n O professor José Marcelino também relembra que há um apelo muito negativo nesta\n troca de valores.
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\n É o barato que sai caro. Você economiza naquilo que de fato você sabe que dá\n resultado, que é a educação, e aí gasta naquilo que você sabe que não dá\n resultado, que é pôr as pessoas na cadeia.nbsp;
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\n O levantamento feito pelo Inep não leva em conta gastos como reformas e\n aposentadorias, que, neste caso, caberia à Previdência. Se esses custos fossem\n considerados, poderiam perder o caráter de investimento direto, uma vez que o\n funcionalismo e as estruturas das secretarias de ensino não necessariamente\n refletem no valor de cada aluno.\n \n \n \n \n
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