\n \n Os médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior que\n estão passando por curso antes de iniciar as atividades no Mais Médicos terão\n de responder a apenas três perguntas e participar de uma simulação de\n atendimento para que o governo avalie se eles estão aptos a atuar no país. Um\n dos questionamentos do teste marcado para sexta-feira, 13, é o preenchimento\n correto de um prontuário médico. \n \n Desde o dia 26, 682 profissionais são submetidos ao treinamento,\n que inclui aulas de português e informações sobre o funcionamento do Sistema\n Único de Saúde (SUS) e do programa de atenção básica. Desse total, 116 são\n brasileiros graduados em outros países, 166 são estrangeiros e os outros 400\n são cubanos que vieram ao País por meio de acordo firmado com a Organização\n Pan-Americana de Saúde (Opas). \n \n O exame final será aplicado após o término do curso pelos próprios\n professores que ministram as aulas. Desde o lançamento do programa, o ministro\n da Saúde, Alexandre Padilha, tem reiterado que os médicos que não fossem aprovados\n nessa etapa seriam excluídos. \n \n Padronizado\n \n O teste será padronizado e coordenado pelo Instituto Nacional de\n Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC)\n e responsável pelas avaliações da pasta, entre elas o Revalida - prova aplicada\n para revalidação do diploma de médicos formados no exterior. \n \n Obrigatório para os profissionais estrangeiros que queiram\n trabalhar no Brasil - com exceção do Mais Médicos -, o Revalida ocorre em duas\n etapas. A primeira é composta por 110 questões objetivas e a segunda, por uma\n avaliação prática. Considerado exigente, tem taxas baixas de aprovação,\n inferiores a 10%.\n \n "O Revalida não pergunta ao médico se sabe preencher um\n prontuário. Isso é básico e secundário em uma prova assim. Mesmo um estudante\n tem de saber contar uma história para fazer uma redação. O que um médico\n precisa saber são os sintomas das doenças mais comuns e como fazer o\n tratamento, além da legislação", diz o presidente do Conselho Federal de\n Medicina, Roberto Luiz d”Ávila. \n \n Formandos do Estado de São Paulo são obrigados a fazer o exame do\n Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), composto de 120 questões.\n No ano passado, 54,5% foram reprovados. \n \n Críticas\n \n As discrepâncias entre os testes aplicados regularmente no país e\n a prova marcada para sexta-feira provocam polêmica e críticas. Para Pietro\n Novellino, presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), três questões são\n insuficientes. "Acho muito pouco. Não precisa ser uma avaliação super\n aprofundada, mas deveria ter mais rigor e cobrar princípios básicos da clínica\n médica, conhecimentos gerais sobre Medicina de Família, cuidados primários e\n itens sobre pequenas cirurgias", diz. \n \n Milton Arruda Martins, professor titular de Clínica Médica da USP,\n segue o mesmo raciocínio. "Saber preencher um prontuário médico é uma\n condição básica, especialmente para um estrangeiro. Não acho que só essa\n avaliação seja suficiente." \n \n Resultados. O MEC informou que a prova escrita é só um dos\n componentes de avaliação. Segundo a pasta, os médicos têm sido avaliados\n permanentemente durante o curso por meio de outras atividades, não detalhadas\n ontem. O órgão ainda afirmou que todo o conteúdo ministrado ao longo de três\n semanas, e também conhecimentos de Língua Portuguesa em situações de atendimento\n médico, vão ser objeto do teste. O governo, porém, não vai cobrar a\n proficiência na língua. \n \n Condição para o funcionamento do programa, a publicação dos\n resultados nessa prova não tem data para ser divulgada, apesar de o cronograma\n prever que os médicos comecem a trabalhar na segunda-feira. Segundo o MEC, os\n exames começarão a ser corrigidos logo após a aplicação, ainda na sexta. \n \n \n \n \n