Midiamax/AB
ImprimirDepois de adiar a sessão de abertura de licitação para escolher a empresa que vai administrar o Aquário do Pantanal, o governo do Estado vai escolher na próxima terça-feira (25) quem vai explorar o serviço de visitação sem dar nada em troca.
A empresa que vencer a licitação vai administrar por 25 anos o que é considerado o maior projeto do governador André Puccinelli (PMDB). Ela será responsável pela manutenção, operação e exploração do Aquário. Em fase final, a obra já custou aos cofres públicos cerca de R$ 125 milhões. O custo mensal do empreendimento foi previsto em R$ 500 mil.
Inicialmente, a data estabelecida para escolher tal empresa era em 6 de novembro, mas foi adiada em cima da hora, sem qualquer publicação oficial. Na ocasião, ninguém soube informar o motivo do cancelamento da licitação, enquanto servidores afirmaram desautorização para falar sobre o projeto.
Ainda na data marcada, a equipe de reportagem foi até o Imasul – onde ocorreria a abertura de propostas. A informação repassada foi a de que só a Semac (Secretaria de Estado de Meio Ambiente), por meio do secretário da pasta Carlos Alberto Negreiros, poderia repassar qualquer informação sobre o Aquário do Pantanal.
Outra informação divulgada, na ocasião, era de que a abertura das propostas ocorreria dia 17 ou 18 de novembro. No entanto, o governo do Estado publicou no Diário Oficial do Estado dias depois o aviso com a nova data – próxima terça-feira (25 de novembro).
Questionados, o governo do Estado, por meio das respectivas assessorias de comunicação da Semac e Imasul, não souberam por que a primeira data foi cancelada sem aviso prévio.
Supostas irregularidades
Na véspera do cancelamento da licitação, deputados da oposição prometeram um dossiê com supostas irregularidades na obra milionária. O deputado estadual Pedro Kemp (PT) afirmou a elaboração de um documento com as irregularidades constatadas no projeto.
O parlamentar chegou a comparar o Aquário do Pantanal a um ‘abacaxi deitado’ na Afonso Pena. Em sua avaliação, o governo deveria ter investido os R$ 105.540.079,04 em áreas mais prioritárias como o Hospital do Trauma, que está inacabado até hoje.
Investigação no MPE
A polêmia obra é alvo ainda de investigação por parte do MPE (Ministério Público Estadual em Mato Grosso do Sul), que abriu inquérito para apurar suposta denúncia de irregularidade no contrato com a empresa Fluidra Brasil, responsável por executar o sistema de suporte a vida no aquário.
Segundo concorrentes da contratada, o acordo teria sido feito fora de licitação e com preço muito acima do previsto. Sobre isso, Puccinelli refutou a acusação de que a contratação tenha sido irregular. “Pode investigar”, disse na ocasião.