Cidades
29/04/2014 09:00:00
Pesquisadores "acidentalmente" descobrem sítio arqueológico com pinturas de 4 mil anos
Durante o rastreamento de porcos-do-mato (conhecido como queixada), pesquisadores de uma ONG descobriram desenhos rupestres feitos há milhares de anos, em Taboco, distrito de região de Corguinho, região centro-norte de Mato Grosso do Sul.
Correio do Estado/AB
Imprimir
\n Durante o rastreamento de porcos-do-mato (conhecido como queixada), \n pesquisadores de uma ONG descobriram desenhos rupestres feitos há \n milhares de anos, em Taboco, distrito de região de Corguinho, região \n centro-norte de Mato Grosso do Sul.\n \n Após a descoberta, os pesquisadores da Wildlife Conservation Society e \n da ONG Quinta do Sol, comunicaram o fato aos arqueólogos Rodrigo Luis \n Simas de Aguiar e Keny Marques Lima, que publicaram artigo recente na \n revista científica Clio Arqueológica com as descobertas.\n \n De acordo com os autores, a descoberta aumenta o conhecimento de arte \n rupestre da região do planalto do Cerrado, bioma que faz fronteira com o\n Pantanal. Os fatos foram discutidos no site de fotografias ecológicas \n Biofaces.\n \n Nosso trabalho com a Wildlife Conservation Society se concentra em \n promover práticas sustentáveis de uso da terra que ajudam a proteger \n espécies selvagens importantes e os lugares onde vivem, disse Alexine \n Keuroghlian, pesquisadora do Programa Brasil da WCS. Como muitas vezes \n trabalhamos em lugares remotos, às vezes, fazemos descobertas \n surpreendentes, ressaltou.\n \n A descoberta foi feita no planalto do Cerrado do Brasil em 2009, quando \n Alexine e sua equipe realizavam pesquisas sobre as queixadas, uma \n espécie de porco que forma rebanhos que viajam longas distâncias e são \n indicadores ambientais das florestas saudáveis. As queixadas são \n vulneráveis às atividades humanas, como o desmatamento e a caça, e estão\n começando a desaparecer em grandes áreas que compunham seu território \n anterior, indo do sul do México até o norte da Argentina.\n Enquanto seguiam os sinais de rádio emitidos por coleiras colocadas \n nestes animais nas trilhas de forrageamento deixadas pelas manadas, a \n equipe encontrou uma série de formações de arenito proeminentes com \n cavernas contendo desenhos de animais e figuras geométricas.\n \n A equipe contatou o arqueólogo Rodrigo Luis Simas Aguiar, especialista \n em desenhos rupestres. De acordo com o artigo publicado, os desenhos \n foram feitos entre 4 e 10 mil anos atrás, por sociedades de \n caçadores-coletores que ocuparam as cavernas ou as usaram \n especificamente para suas atividades artísticas.\n \n O estilo de alguns desenhos foi coerente com o que os arqueólogos chamam\n de tradição Planalto (em referência ao planalto central brasileiro), \n enquanto outros, surpreendentemente, eram mais semelhantes aos \n encontrados nas regiões do Nordeste e Agreste.\n \n Os desenhos mostram um conjunto de animais, incluindo tatus, veados, \n grandes felinos, aves e répteis, bem como figuras humanoides e símbolos \n geométricos. Curiosamente, o tema das pesquisas as queixadas está \n ausente das ilustrações. Aguiar espera realizar escavações no chão da \n caverna e datação geológica nos locais, a fim de interpretar \n completamente os desenhos.\n \n Essas descobertas de desenhos rupestres enfatizam a importância da \n preservação dos ecossistemas do Cerrado e Pantanal, tanto pelo seu \n patrimônio cultural quanto natural, explica a Julie Kunen, diretora do \n Programa da América Latina e Caribe da WCS e especialista em arqueologia\n maia. Esperamos firmar uma parceria com fazendeiros locais para \n proteger esses sítios e cavernas, assim como as florestas que os cercam,\n para que a herança cultural e da vida selvagem representadas nos \n desenhos sejam preservadas para as gerações futuras. (Com informações \n da WCS International)
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias