Assessoria/AB
ImprimirEm solenidade realizada na sexta-feira (31) na Governadoria, a Fundação de Cultura do governo do Estado e o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS) lançaram a “Enciclopédia das Águas”, projeto que levantou dados sobre todos os cursos de água do território sul-mato-grossense.
Trabalho ainda inédito no país, a obra conta com 335 páginas e será uma referência para estudos nas áreas de geografia, topografia, hidrografia, história, cultura, turismo e meio ambiente. Foram catalogados 7,2 mil cursos de água, entre córregos, rios e vazantes. Deste total, 5,1 mil possuem mais de 10 quilômetros. O projeto também será disponibilizado na internet, na página do IHGMS.
De acordo com a geógrafa e professora Angela Antonieta Athanazio Laurino, que participou diretamente das pesquisas, foram utilizados no projeto dados repassados por municípios do Estado e centenas de cartas cartográficas produzidas por um mapeamento completo do território brasileiro feito por fotos aéreas, completado no início da década de setenta.
Porém o projeto foi além: se baseou também em mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército e até nos precisos registros cartográficos produzidos pela Comissão Rondon, chefiada pelo marechal Cândido Mariano da Silva Rondon durante a expedição de construção em território sul-mato-grossense da linha telegráfica Corumbá – Cuiabá, entre os anos de 1900 e 1906.
“Foram quase sete anos de muita pesquisa. Analisamos minuciosamente mais de 3,5 mil cartas cartográficas geralmente em bases de escala de 1 por 100 mil, o que possibilitou o estudo mais detalhado dos recursos hídricos. Um levantamento manual que catalogou 7.200 verbetes e que pode ser ampliado no futuro”, explica a professora Angela.
De acordo com o professor Hildebrando Campestrini, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, além de fazer uma análise geográfica extensa, a Enciclopédia das Águas também aborda o contexto histórico dos rios e córregos, algo extremamente importante no estudo da formação da cultura sul-mato-grossense, já que os cursos de água foram as primeiras “estradas” dos povos que constituíram as primeiras comunidades do Estado.
Distribuição e legado - Foram impressas mil publicações através de investimento total de R$ 190.786,00 garantidos pelo governo do Estado através do Fundo de Investimentos Culturais da Fundação de Cultura. O livro, acompanhado de um DVD, será distribuído para bibliotecas, estabelecimentos educacionais e culturais do Estado.
As primeiras edições já foram encaminhadas pela Fundação de Cultura para as 364 bibliotecas das escolas da Rede Estadual de Mato Grosso do Sul. Em convênio celebrado com a Secretaria de Educação na quinta-feira (30 de outubro) foram distribuídas 17.472 publicações em caixas contendo 48 títulos para todos os estabelecimentos estaduais de ensino.
“Este é um projeto que foi pensado há mais de seis anos. Em um momento nacional de reflexão sobre o bom uso deste importante recurso natural, a Enciclopédia das Águas é importantíssima no sentido de ser utilizada como fonte para recuperar cursos d’água que sofreram a ação deletéria do homem e também para ajudar a preservar o que está intocado. Sem sombra de dúvidas um estudo como este serve de importante legado para o nosso futuro”, analisou o governador André Puccinelli.
“Os registros dos cursos de água no Estado eram antigos. Esta obra nos dá agora uma excelente oportunidade de examinar profundamente todos os aspectos dos rios e lagos que formam nossas bacias. É uma obra histórica de vital importância que nos coloca na vanguarda do país“, afirma Américo Calheiros, presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.