Ciência e Saúde
19/05/2013 09:49:13
Brasil tem rede para investigar câncer passado de pais para filhos
A análise mostrou mutações nos dois genes (BRCA1 e BRCA2) que a ciência já descobriu estarem associados a um risco aumentado de até 85% de chance ter a doença
IG/AB
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\n O caso da atriz Angelina Jolie que declarou ter retirado as mamas para tentar se proteger do desenvolvimento de um câncer na região é só um dos exemplos de como a medicina genética pode revolucionar os tratamentos de saúde e as condutas preventivas, em especial na área oncológica.nbsp;Jolie foi submetida a um mapeamento dos genes pelo fato da mãe ter morrido aos 56 anos em decorrência da doença. A análise mostrou mutações nos dois genes (BRCA1 e BRCA2) que a ciência já descobriu estarem associados a um risco aumentado de até 85% de chance ter a doença.nbsp;Esta possibilidade de prever riscos e mensurar em números a probabilidade das doenças é um dos caminhos apontados por uma área da medicina conhecida como oncogenética. Atualmente, o Brasil já tem uma rede composta por 18 centros de referência e assistência, espalhados pelo País, que investigam as condutas terapêuticas para estes casos hereditários, transmitidos de pai para filho. Ligada ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) e apoiada pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a rede tem como objetivos principais o aconselhamento genético de pacientes considerados de alto risco (que têm parentes próximos, como pais e irmãos, com a doença), a realização de exames em laboratório, o desenvolvimento de pesquisas e a manutenção de um banco de tumores hereditários. Estamos avançando nas pesquisas no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde) para caminhar nesta direção da medicina personalizada contra o câncer, afirma o médico e pesquisador do Inca, José Bines. O pesquisador ressalta que a maior parte dos cânceres é provocada por fatores de risco externos, como tabagismo, obesidade e o sedentarismo, entre outros. No câncer de mama, por exemplo, apenas 5% dos casos são hereditários. O restante, 95%, é provocado por múltiplas causas e, por vezes, as razões são associadas, diz Bines. A neoplasia mamária é diferente do câncer de pulmão, por exemplo. Sabemos que, se o tabagismo desaparecesse do mundo, os tumores malignos neste órgão respiratório se tornariam uma doença rara. Para o câncer de mama, não há como falar em causa principal.nbsp;Mesmo em situações em que a causa do câncer não é muito bem estabelecida, afirma Bines, a oncogenética também é importante. Isso porque os ensaios científicos buscam encontrar tratamentos mais individualizados. A proposta não é somente traçar condutas preventivas, mas também terapêuticas. Como exemplo, os cientistas citam a busca por medicamentos mais certeiros, que ataquem a região doente, com menos danos colaterais e menos comprometimento do organismo, prescritos com base nas características individuais de cada paciente. \n \n
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