Ciência e Saúde
09/11/2012 09:00:00
Fechamento de UTI neonatal pode causar colapso na saúde pública e particular
A partir do próximo dia 15, quinta-feira da semana que vem, a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI) do Hospital EL Kadri pode ser fechada e os pacientes recém-nascidos prematuramente podem ficar sem vaga, tanto na rede pública quanto na particular.
Midiamax/HJ
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\n \n A partir do próximo dia 15, quinta-feira da semana que vem, a\n Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTI) do Hospital EL Kadri pode ser\n fechada e os pacientes recém-nascidos prematuramente podem ficar sem vaga,\n tanto na rede pública quanto na particular. A ameaça de fechamento é porque a\n contrapartida dos planos de saúde é muito pequena em relação ao custo para\n manter um setor desses. \n \n A UTI neonatal do hospital particular EL Kadri funciona há cinco\n anos com oito leitos ativados. Lá são atendidos pacientes de planos de saúde e\n particular, mas quando a rede do Sistema Único de Saúde está lotada, o poder\n público aluga vaga nesse hospital. \n \n De acordo com a diretoria, o hospital tem um custo muito alto para\n manter a UTI neonatal, mas recebe pouco demais dos planos de saúde para manter\n o funcionamento, ou seja, o EL Kadri está bancando a maior parte dos gastos.\n Se ao menos os planos dessem uma contrapartida que desse para empatar, mas ao\n invés disso o hospital está bancando esse setor para os planos de saúde, diz a\n neonatologista Maria Claudia Rosseti. \n \n Conforme a médica, muitas vezes o SUS compra vaga na UTI do El\n Kadri. Isso revela que a rede pública não está comportando a demanda existente.\n Com o fechamento da unidade no hospital particular, a rede pública terá que\n absorver boa parte desses pacientes. \n \n A direção do hospital revela que teve um encontro com\n representantes dos planos de saúde para pedir maior respaldo financeiro para\n manter a UTI neonatal. De lá foi dado um prazo de 60 dias para que se\n manifestem, ou seja, até o próximo dia 15. \n \n A médica Maria Claudia explica que de zero a 28 dias é o período\n considerado neonatal e a maioria dos internados são bebês prematuros. O fato de\n praticamente todos os leitos estarem ocupados é porque aumentou a incidência de\n recém-nascidos que precisam de cuidados especiais. \n \n Antigamente quando tinha problema ou salvavam a mãe ou o bebê.\n Hoje, com essas novas tecnologias é possível salvar os dois, mas para isso precisa\n de vaga nas UTI´s neonatais, explica a médica neonatologista. Ainda conforme\n ela, aumentou o número de gravidezes de risco como no caso das mulheres que\n estão tendo filho cada vez mais velhas e ainda as mães muito jovens. Além\n disso, antigamente muito bebê ficava na espera por vaga especial o que piorava\n seu estado de saúde. \n \n Uma das mães que aguardam os filhos receberam alta da UTI neonatal\n no EL Kadri é Quitéria Lima de Freitas, 32 anos. Ela mora em Ponta Porã e teve que\n se mudar para Campo Grande por conta da gravidez de trigêmeos. A servidora\n pública tem plano de saúde da Cassems e precisou de vaga para os três filhos no\n EL Kadri. Um deles já recebeu já está no quarto com ela e os outros dois devem\n receber alta só na semana que vem. \n \n Eu não sabia que a UTI corre o risco de fechar. É uma notícia\n muito difícil porque eu tive a sorte de vaga pros meus filhos, mas se realmente\n fechar outras mães e bebês podem não ter a mesma sorte, diz Quitéria.\n \n No site da Secretaria de Atenção à Saúde (Datasus) consta,\n conforme o relatório mais atualizada na data de 29 de outubro desse ano, que em Campo Grande existem\n 16 leitos de neonatologia, sendo que seis são para SUS e os outros 10 para não\n SUS (convênios, particular). Só no EL Kadri são oito.\n \n \n \n \n
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