\n \n O carnaval começa oficialmente na próxima sexta-feira (8), mas\n vários blocos já vêm arrastando multidões por todo o país desde janeiro.\n Preocupados com a saúde desses foliões, médicos do Rio de Janeiro fazem um\n alerta: é preciso não esquecer os cuidados básicos com a saúde nesse período.\n \n O clínico geral Aloisio Fonseca, do Hospital Universitário Pedro\n Ernesto e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado\n do Rio de Janeiro (Uerj), destacou hoje (4), em entrevista à Agência Brasil,\n que uma das principais preocupações deve ser com a a hidratação porque, mesmo\n com a chuva, o tempo continua quente.\n \n Ele ressaltou que as pessoas devem beber bastante líquido, não\n fazer jejum prolongado e manter as condutas de higiene que têm no dia a dia,\n como por exemplo lavar as mãos antes das refeições, depois de ir ao banheiro,\n lavar frutas, legumes e verduras antes do consumo. Fonseca salientou que as\n medidas de higiene contribuem para evitar infecções intestinais, que podem\n levar à desidratação.\n \n Na hora da alimentação, a recomendação é preferir comer em locais\n idôneos ou que vendam muita comida, porque significa renovação frequente dos\n alimentos. Comer em barraquinhas de ambulantes, na rua, “deve ser evitado,\n dentro do possível”. Caso a necessidade obrigue a se alimentar nesse tipo de\n serviço, a receita é procurar gente que faça comida a toda hora e “não comer\n maionese e nada que possa estar feito de um dia para outro”. Na rua, a\n orientação é comer arroz, salada verde, legumes e frutas. Evitar comidas muito\n pesadas, para não passar mal depois.\n \n O médico recomenda que se beba água mineral ou filtrada, de\n preferência. Segundo ele, as bebidas alcoólicas pedem consumo moderado. “O\n mínimo possível, sempre, que permita um carnaval gostoso”, alertou.\n “Principalmente, se for dirigir, é zero (consumo)”. Ele lembrou que é muito\n comum nessa época se ver nas emergências dos hospitais gente alcoolizada,\n bêbada, que se feriu em brigas e acidentes.\n \n Para os passistas, que muitas vezes desfilam em mais de duas\n escolas na mesma noite, ele recomendou que a atenção deve ser redobrada. Eles\n devem “se manter sempre bem hidratados e bem alimentados”. Fonseca lembrou que\n o uso da camisinha durante o carnaval “é fundamental, para todos, para não\n serem surpreendidos depois”.\n \n Falando à Agência Brasil, o chefe da emergência do Hospital\n Samaritano, Luís Fernando de Barros Correia, explicou que os foliões devem ser\n separados entre os que têm alguma situação clínica de tratamento e aqueles que\n não têm doença alguma. Para esses, as preocupações são as habituais e envolvem\n desidratação, queimaduras de sol e efeitos da alimentação nessa época.\n \n O mesmo se aplica às crianças, para as quais os responsáveis devem\n ter a máxima atenção. “Só expô-las em ambientes adequados”. Os pais devem\n evitar levar os filhos a ambientes que sejam cheios demais, em lugares fechados\n ou abertos. Dar preferência a blocos específicos para crianças. Ou seja, não\n misturar crianças em blocos de adultos, porque elas podem se machucar ou serem\n machucadas, “até de maneira inocente, porque as pessoas são adultas e estão\n pulando em volta. Vai ter bloco, é bloquinho de criança”.\n \n Deve-se evitar usar fantasias muito elaboradas, pesadas ou de\n material sintético que impeçam as crianças de suar. Os calçados também devem\n ser adequados. As vestimentas precisam ser leves e de cores claras para\n permitir a transpiração. Isso se aplica também aos adultos. “Porque a\n transpiração é o mecanismo natural de refrigeração do nosso corpo”. Além disso,\n as crianças devem ser mantidas hidratadas e com protetor solar próprio.\n \n Quanto às pessoas que usam medicamentos contínuos, como aqueles\n para diabetes, pressão alta ou outro problema de saúde, a preocupação dos\n médicos é que não deixem de tomar o remédio. “Tem que lembrar de tomar o\n remédio porque, senão, pode ter uma complicação grave de uma doença crônica que\n vai ser piorada, porque você está se agitando, está suando, está fazendo\n exercícios. \n \n Principalmente pessoas que têm problema de coração, com pressão\n alta”.\n \n Para todas as pessoas, a recomendação de Luís Fernando Correia é\n que bebam moderadamente. “Não adianta encher a cara no primeiro dia e perder o\n resto do carnaval no hospital ou em casa mesmo, com uma ressaca danada”.\n \n Uma vez que bebida faz parte do carnaval, o especialista deu\n alguns conselhos para esta época do ano. “Se beber, procure tomar bastante água\n durante o dia". Tomando água com a bebida ou sempre, você vai evitar ficar\n bêbado muito rápido e vai evitar a intoxicação pelo álcool também. E, de\n preferência, beber alimentado, para poder facilitar o funcionamento do corpo”.\n O médico lembrou que esses são cuidados básicos que as pessoas costumam\n esquecer no carnaval. \n \n \n \n \n